“A retomada presencial 100% ela não é adequada porque a nossa população, como todos nós, estamos a mercê de um desgoverno se tratando da política de saúde no Brasil!” – foi o que disse o professor e presidente do Sindicato APEOC, Anízio Melo em entrevista ao Jornal Alerta Geral, nesta sexta-feira (29), ao falar sobre a preparação das escolas e professores para o retorno das aulas em todo o estado do Ceará.

O presidente do Sindicato APEOC declara que um dos principais setores afetados pela pandemia é o educacional. “Entendemos que essa quebra da relação processo, ensino e aprendizagem, ela (pandemia) traz prejuízos pedagógicos, mas principalmente traz prejuízos do ponto de vista não só cognitivos, mas também sociais, de interação, de crescimento”, afirma Anízio Melo.

“A partir desse momento nós estamos cobrando, o Sindicato está cobrando cada vez mais que essas atividades remotas possam ter mais amplitude, possam ter mais conectividade, possam ter mais instrumentos oferecidos aos nossos estudantes de escola pública para eles terem acesso a esse processo, melhor informação para os professores e principalmente melhores condições estruturais”, disse Anízio.

Anízio Melo ressalta que, mesmo onde forem verificadas as condições sanitárias e tenham definido por maior o ensino híbrido, caberá ao estudante e professor tomar a decisão de fazer essa transição ou permanecer no sistema híbrido. Ele pontua que nesse primeiro momento os professores terão essa opção de manter a atividade remota de modo mais qualificado.

Ainda sobre os profissionais da educação, o presidente da APEOC relata que a vacinação dos professores não é feita de forma ordenada e coordenada pelo governo federal. Na sequência, ele faz duras críticas a gestão do presidente Jair Bolsonaro.

“Nós percebemos hoje que o Brasil ele não tem as condições de combate a essa pandemia, como nós deveríamos ter, o Brasil não tem produção dessa vacina em larga escala, não tem insumos, não tem estoque, não tem articulação, portanto, do jeito que as coisas estão hoje nós passaremos um período longo demais para garantir a imunização da nossa população tão necessária para retomarmos as atividades econômicas e todas as atividades inclusive da educação”, declara.

Por fim, Anízio defende a imunização dos educadores e diz que a retomada presencial em sua totalidade não é adequada em razão de um governo incapaz na área da saúde pública do país:

“A educação tem que ser retomada na sua plenitude e essa retomada na sua plenitude só com a vacinação garantida de todos os profissionais da educação para que esse processo possa ser de maior tranquilidade. Neste momento, essa retomada 100% do processo presencial ela não é possível, por isso que nós temos que manter as atividades remotas de forma mais qualificada, com maiores investimentos e caminharmos para uma transição para o sistema híbrido”, finaliza.