A cidade do Barro, registrou impressionantes 41,7°C, maior marca daquele dia no Brasil e maior índice já registrado na história do Ceará para o mês. Ocasiões em que os termômetros rompem a casa dos 40 graus não são comuns no Estado, ainda que o território cearense esteja fincado no Semiárido nordestino. Nos últimos 50 anos, apenas oito vezes essa temperatura máxima foi superada em outubro – que historicamente é o mais quente dentre os demais meses do ano. Levantamento realizado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, mostra que as cidades do Barro, Penaforte, Aiuaba, Jaguaribe e Itapipoca foram as únicas a superarem tal barreira.
Embora o levantamento leve em conta as últimas cinco décadas, todas as vezes em que os termômetros marcaram mais de 40 graus Celsius foram entre 2012 e 2022. A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Morgana Almeida, explica que este retrato deve-se a aceleração do efeito estufa e o aquecimento global, dois fenômenos ambientais relacionados. O aumento da frequência dessas máximas tende a se repetir com maior frequência agora, uma vez que o aquecimento global avança diante das emissões de gases de efeito estufa”, diz. Estudos mostram que, casos esses gases não sejam controlados, a temperatura na terra pode exceder em 1,5 °C até 2040. Além das 8 vezes que os termômetros superaram a marca dos 40 graus, em outras 11 oportunidades a Funceme registrou índice superior a 39 °C também entre 1972 e 2022. Ainda neste igual intervalo, 20 vezes as temperaturas foram iguais ou superiores a 38° Celsius.
No acumulado, são 39 vezes que as temperaturas ficaram acima dos 38 graus nos últimos 50 anos no Ceará. Deste total, apenas 5 vezes ocorreu em cidades do litoral: Jericoacoara, Aracati e Fortaleza, duas vezes. Em todas as demais ocasiões, foram cidades interioranas que lideram os picos de temperatura no mês de outubro.