A população cearense apresenta tipos sanguíneos diversificados. Normalmente, as pessoas são classificadas pelo grupo ABO (A, B, AB, O) e Rh (positivo e negativo). No Ceará, os tipos O e A positivos são os mais comuns. Das 599.534 pessoas que doaram sangue nos últimos 21 anos no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará, da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado, cerca de 46% são O+.

Identificar o tipo sanguíneo é determinante no momento de uma transfusão de sangue. A hematologista e diretora de hemoterapia do Hemoce, Denise Brunetta, explica que, independentemente de o paciente saber qual o seu tipo, é feito o teste de tipagem sanguínea antes de a transfusão ser realizada. A partir dessas informações, será transfundido o sangue do doador compatível.

“Existem antígenos presentes ou ausentes no organismo dependendo do tipo de sangue. Por exemplo, se o sangue é do tipo A, quer dizer que possui antígeno A. Se é AB, tem antígenos A e B em seus glóbulos vermelhos. Já quem é O não tem nem A nem B e é considerado o doador universal. Por isso é tão importante que esses voluntários mantenham suas doações com regularidade”, explica Denise.

As características do sangue precisam ser compatíveis entre doador e paciente para garantir maior segurança transfusional. Além da tipagem sanguínea, o Hemoce realiza a fenotipagem eritrocitária, um estudo mais completo do sangue. A fenotipagem pesquisa nas hemácias características minuciosas, possibilitando uma transfusão mais compatível.

“Com a avaliação, conseguimos identificar o doador com sangue raro. A ausência ou a presença de alguns antígenos pode indicar que o sangue que está sendo avaliado é raro. Isso permite que tenhamos um banco de sangue raro para atender os pacientes”, conta Denise Brunetta.

O banco de doadores raros do Hemoce é um dos maiores do Brasil e conta com 121 voluntários especiais. Desde 2014, o Hemoce já enviou 32 bolsas de sangue raro para outros estados brasileiros e uma para a Colômbia. Para garantir a segurança e a qualidade no sangue doado, o hemocentro mantém um rigoroso processo de controle.

Cada vez que um voluntário doa, as amostras de sangue passam por testes e exames sorológicos. Além da tipagem sanguínea e da fenotipagem eritrocitária, são realizados eletroforese de hemoglobina e testes para hepatites B e C, sífilis, doença de Chagas, HIV e HTLV (vírus T-linfotrópico humano). Também São feitos testes de biologia molecular para verificação e confirmação do vírus HIV e hepatites B e C, chamado de teste NAT.

As doações realizadas no Hemoce atendem pacientes em mais de 450 unidades de saúde no Estado e 100% do Sistema Único de Saúde (SUS). Cada bolsa de sangue é dividida em diferentes hemocomponentes (plaquetas, hemácias e plasma). Por isso, com uma única doação de sangue, é possível salvar até quatro vidas

Hemoce no RioMar Kennedy

Nesta terça-feira (11), o Hemoce abre um posto de coleta de sangue no shopping RioMar Kennedy, em Fortaleza. A unidade funcionará no piso L2 até 11 de outubro. De segunda a sábado, o atendimento será das 12h às 21h30. Já aos domingos, das 13h às 21h. A ação faz parte do projeto “Hemoce Perto de Você”, que tem como objetivo facilitar o acesso da população aos locais de doação de sangue. Uma equipe composta por médico, enfermeiro e técnico de enfermagem receberá os doadores no posto. O espaço tem capacidade para atender 60 pessoas por dia.

(*)com informação do Governo do Estado do Ceará