Quase metade da população de crianças (40%2%), entre 0 e 14 anos, vive em situação de extrema pobreza no Brasil. O Ceará está em terceiro lugar entre os estados brasileiros em número de crianças nessa situação, perdendo apenas para o Alagoas e Maranhão, respectivamente. Os dados estão na pesquisa da Fundação Abrinq e revelam, para tristeza dos cearenses, que 28,6% das crianças nessa faixa etária vivem em extrema pobreza.

O percentual de 40,2% corresponde a mais de 17,3 milhões de jovens pobres no país. Os dados comparam a situação da infância no Brasil com as metas assumidas pelo país nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas).

Segundo o relatório, os maiores índices de crianças e adolescentes em situação de pobreza se concentram nas regiões Norte e Nordeste, com 54% e 60,6% de jovens nessa condição, respectivamente. Percentuais menores aparecem nas regiões Sudeste (27,8%), Centro-Oeste (28,4%) e Sul (23,1%).

Os cinco Estados com maior percentual de crianças e jovens pobres estão na região Nordeste: Alagoas (66%), Maranhão (62,4%), Ceará (61%), Bahia (60,8%) e Pernambuco (60,5%). Já os cinco com menor percentual são o Rio Grande do Sul (24,9%), Paraná (24,5%), São Paulo (21,2%), Distrito Federal (20,2%) e Santa Catarina (17,7%). O relatório aponta, no entanto, que há diferenças importantes entre o tamanho populacional dos Estados.

São consideradas pobres as famílias com renda de até meio salário mínimo per capita, ou seja, de no máximo R$ 394 por pessoa (utilizando como referência o salário mínimo em 2015, que era de R$ 788).

Em números absolutos, no entanto, a região Sudeste tem mais de 4,5 milhões de crianças e adolescentes vivendo em condição de pobreza familiar – no Nordeste,são cerca de 8 milhões e, no Norte, pouco mais de 2,5 milhões.

O estudo tem como base os números mais recentes do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e busca auxiliar o monitoramento das ODS 1, 2, 3 e 5, que têm como objetivos erradicar a pobreza e a fome, assegurar boa saúde e bem estar e alcançar a igualdade de gênero.

Norte e Nordeste concentram jovens em pobreza extrema

Em todo o Brasil, 13,5% dos menores de 14 anos se encontram em situação de pobreza extrema, ou seja, em famílias com renda de até um quarto do salário mínimo per capita.

Os maiores percentuais dessa condição também estão nas regiões Norte (19,7%) e Nordeste (26,3%). A diferença dessas em relação às demais regiões do país é grande: mesmo somados, os índices de jovens em pobreza extrema nas regiões Sudeste (5,99%), Sul (5,2%) e Centro-Oeste (5%) não chegam ao valor encontrado para o Norte ou para o Nordeste.

Entre os Estados brasileiros, o Maranhão é o que registra o maior percentual de crianças menores de 14 anos de idade na condição de pobreza domiciliar extrema (35,2%).Em seguida, aparecem o Ceará (28,6%), Alagoas (28,3%), Bahia (24,7%) e Pará (23,9%).