A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, em reunião na noite dessa quarta-feira, 17, com o jurídico das campanhas dos candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), pediu um compromisso contra as fake news, a violência na campanha e com a preservação da segurança das urnas eletrônicas. Os advogados do PSL e do PT disseram concordar com o pedido de compromisso feito por Weber. Segundo participantes da reunião, Rosa fez um apelo para que a segurança das urnas eletrônicas não seja colocada em xeque.
A reunião foi convocada pela magistrada na reta final do segundo turno, que será realizado no próximo dia 28. A ministra deixou a reunião sem falar com a imprensa. Também participaram os ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, ambos, assim como Weber, membros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF).
No encontro, foi proposto que antes do ajuizamento de ações na Justiça Eleitoral as campanhas possam se reunir com ministros do TSE para uma espécie de acordo prévio sobre eventuais reclamações contra o adversário. A ideia dessas sessões de “conciliação” é resolver as desavenças sem precisar acionar a Justiça. O TSE ainda está estudando a proposta.
O advogado Tiago Ayres, que representa o PSL, afirmou que Bolsonaro é contrário às fake news e à violência na campanha. “Essa é uma preocupação também de Jair Bolsonaro, que se preocupa com a higidez do processo eleitoral, que quer que os casos de violência sejam apurados, inclusive já se manifestou no sentido de que dispensa votos de quem pratica violência. É um defensor da integridade física de todos os cidadãos e mais do que isso, da integridade de nossa própria democracia”, afirmou Ayres. “As fake news também são uma preocupação nossa porque há disseminação de muitas fake news contra nosso candidato”, disse o advogado.
Deputado estadual eleito pelo PT em São Paulo e um dos coordenadores da campanha de Haddad, Emídio de Souza afirmou que o partido levou ao TSE a preocupação com as fake news contra seu candidato e disse que a prática pode influenciar o resultado das urnas. “A disseminação de fake news dessa forma deforma a democracia brasileira, ela altera o resultado eleitoral”, declarou. “É uma campanha em que o candidato adversário se recusa a ir a debate porque faz a campanha no submundo da internet disseminando mentira”, afirmou Emídio.
Os advogados do PT também pediram a Rosa Weber que a ministra faça um pronunciamento público contra as fake news e a violência na campanha. “De nossa parte não há fake news, há fake news de um lado só”, disse Emídio. Nessa quarta, o PT protocolou na Polícia Federal um pedido de investigação contra Jair Bolsonaro (PSL) e o vice de sua chapa, Hamilton Mourão (PRTB), por causa da disseminação de notícias falsas na campanha eleitoral.
Com informações do Portal Uol Notícias