O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou que até meio-dia, 35 pessoas foram presas no País em ocorrências relacionadas às eleições, 1.956 urnas tiveram de ser substituídas, mas em nenhum lugar houve necessidade de votação manual.

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os Estados que tiveram mais urnas trocadas. Foram 177 no primeiro, 123 no segundo e 94 no terceiro. As informações são preliminares e os números definitivos só serão contabilizados ao final da eleição.

Outras 46 pessoas se envolveram em ocorrências eleitorais, mas não chegaram a ser presas.

O número de urnas trocadas no início da votação deste domingo é maior do que o número registrado até o mesmo horário no primeiro turno, quando 310 urnas haviam sido trocadas. De acordo com técnicos do tribunal, essa diferença pode ter acontecido por demora na comunicação entre as seções eleitorais e o TSE.

A presidente da missão de observadores da Organização de Estados Americanos (OEA)para as eleições brasileiras, Laura Chinchilla, disse há pouco que as votações neste segundo turno ocorrem dentro da normalidade e que não há nenhuma notícia sobre problemas em todo o País.

Junto de sua comitiva da OEA, Laura visitou seções eleitorais de um colégio particular em Brasília. “Estamos observando que tudo está transcorrendo de forma muito tranquila e organizada, assim como no primeiro turno das eleições”, disse.

Laura Chinchilla disse que continuará acompanhando todo o processo, até a conclusão da votação e a apuração dos resultados.

O Estado do Rio de Janeiro teve 111 urnas substituídas nas primeiras horas de votação deste segundo turno das eleições, segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). O montante significa apenas 0,03% do total de urnas em todo o estado, frisou a diretora-geral do TRE-RJ, Adriana Brandão.

Ao contrário do que ocorreu na votação do primeiro turno, não há registro de filas nas seções eleitorais em decorrência da exigência de identificação através de biometria, informou o TRE-RJ.

“Está tudo correndo muito dentro da normalidade, já era esperado. A votação está bem rápida, nenhum registro de fila”, afirmou Adriana.

O uso de dados biométricos do Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ) pegou de surpresa os eleitores do estado no primeiro turno das eleições. Foi exigida a identificação digital nas seções eleitorais mesmo a quem não fez o cadastro biométrico, o que aumentou o tempo de votação e provocou filas em diferentes zonas eleitorais da capital. No Rio de Janeiro, cerca de 4,6 milhões de eleitores tiveram os dados biométricos do Detran-RJ aproveitados nas urnas eletrônicas. Caso a biometria não funcionasse, o eleitor tinha direito a votar através da identificação manual.

“A biometria continua. Não teve alteração. O processo de identificação biométrica vai acontecer de agora para todas as eleições. A validação acontece no primeiro momento. Ela vai ser no futuro próximo o único processo de identificação para garantir a segurança do processo de votação”, explicou Adriana Brandão.

O Estado de São Paulo registrou em 446 urnas atrasos de até 10 minutos para o início das votações. Tiveram de ser substituídas 169 urnas por motivos variados – em cinco delas faltava o teclado. Em Sorocaba, no interior paulista, 10 urnas em um colégio de votação tiveram os cabos furtados, o que está sendo investigado.

Apesar desses incidentes, o presidente do TRE-SP, desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin, disse que a votação está transcorrendo com tranquilidade. “A biometriaestá funcionando bem e há poucas filas. Às vezes o procedimento de votação acaba demorando um pouco mais (do que seria com o uso do título eleitoral em papel), pelo ressecamento da digital do cidadão. Mas a fidedignidade dessa tecnologia é muito grande.”

No sábado, cinco urnas escolhidas aleatoriamente foram removidas de suas zonas eleitorais e trazidas ao TRE, onde foram guardadas em um cofre. Nelas está sendo feito hoje o procedimento de votação paralela, com uma votação digital e uma em cédula de papel ao mesmo tempo. Às 17h, as duas contagens serão conferidas para comprovar o correto funcionamento do sistema eletrônico. O procedimento é uma praxe do tribunal, mas ganhou mais importância em um ano em que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) lançou dúvidas sobre a lisura das urnas eletrônicas.

“Vamos desmistificar as notícias falsas, espalhadas em redes sociais, de que haveria possibilidade de fraude no sistema. Não existe essa possibilidade”, garantiu o presidente da Comissão  de Auditoria do TRE-SP, Silmar Fernandes. A apuração dos votos começa às 17h. No caso da eleição para governador, o tribunal acredita que até às 19h30 a apuração parcial já terá dado um cenário confiável de quem será o vencedor da disputa.

Com informações Estadão