Com a campanha estagnada, abaixo de dois dígitos nas pesquisas eleitorais, os tucanos paulistas buscam culpados para a péssima performance do ex-governador Geraldo Alckmin. Apoiado por PP, PTB, PSD, SD, PRB, DEM, PPS, PR– que formam o Centrão e com 44% do tempo da propaganda eleitoral, o tucano, na visão dos partidários, tinha “tudo” para decolar, mas a realidade tem sido outra. Membros da cúpula do partido acreditam que o candidato a governador paulistano João Doria esteja fazendo jogo duplo e apoiando na surdina Jair Bolsonaro do PSL

A suspeita vem dos membros do “Movimento Social Democracia”, que inclui o coordenador do plano de governo de Alckmin, Luiz Felipe D´Ávila, e o ex-governador e ex-presidente da legenda Alberto Goldman. O caso veio à tona com a aproximação de Doria a pessoas ligadas ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), e  a consequente queda na popularidade de Alckmin na capital e no estado, indicada nas pesquisas, onde amarga apenas 13% das inteções de voto contra 30% do candidato do PSL.

O grupo critica a omissão ao nome de Alckmin e do PSDB nas publicidades de Doria, principalmente nas redes sociais. Goldman, desafeto declarado de Doria, diz que não se poderia esperar outra coisa do ex-prefeito paulistano, “demonstra o caráter dele. Seus interesses são pessoais, de vaidade política e de seus negócios”, disse, acrescentando que o ex-prefeito é “irmão siamês” de Bolsonaro.

Enquanto os tucanos não se entendem em São Paulo, na base aliada cresce o movimento Bolsodoria. Dois tucanos próBolsonaro fazem campanha abertamente, o candidato a deputado estadual Paulo Mathias, ex-subprefeito de Pinheiros, e o ex-diretor da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (Prodam) Flavio Ricardo Beall. Este último ocupa hoje o QG da campanha de Dória e é apontado como sendo uma das pessoas chave na ponte entre as campanhas do ex-prefeito e do candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

O PSDB desde o mês passado vem agindo para conter o movimento. Um dos advertidos foi o vereador eleito por Presidente Prudente, Mauro Neves, que é tenente da Polícia Militar e um dos representantes do fenômeno do voto “Bolsodoria”.

Alckmin afirmou nesta segunda-feira que desconhece a polêmica. Já a campanha de João Doria disse em nota que : “João Doria apoia Geraldo Alckmin”

Com informações do Jornal O Globo