João Fantazzini Júnior, tutor do cão que morreu em um transporte aéreo realizado pela Gol, lamentou o ocorrido e falou sobre sua relação com o animal. Ele também criticou a empresa e apontou erros na operação.

O cão Joca, de cinco anos, embarcou na última segunda-feira (22) em um voo de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, no Mato Grosso. No entanto, por um erro da empresa acabou indo para Fortaleza e ficando horas parado no aeroporto.

“Eu nunca esperava isso. Acho que o que mais me dói é saber que ele sofreu lá dentro, porque não é justo ele ter morrido desse jeito”, apontou em entrevista dada ao programa ‘Fantástico’.

O animal foi mandado posteriormente de volta para Guarulhos, mas já chegou morto ao destino. Joca possuía um atestado que comprovava a sua capacidade de suportar uma viagem de duas horas e meia. No entanto, com o erro, ele permaneceu cerca de oito horas fechado.

“Não tem ninguém que aguente uma pista aérea com 36°C de sol. Ele fechado na caixa. Não tiraram ele da caixa, ele voltou todo molhado”, apontou.

“Às vezes eu sinto que foi egoísmo meu, que eu poderia tê-lo deixado ele aqui [em São Paulo], mas sempre fomos eu e ele, sempre. Quando eu saía do meu apartamento, ele ficava me esperando o dia inteiro na frente da porta. Ele era um filho para mim. Eu sempre falei que ele foi a minha melhor escolha e agora ele foi embora. O que mais me mata é que ele não deveria ter morrido daquele jeito que eu vi”, desabafou João.

O tutor também citou que a empresa demorou para comunicar o ocorrido. João disse esperar que a companhia aérea pague pelo ocorrido.

“Ele saiu bem, ele voltou morto para mim. Um descaso total lá dentro, porque ninguém falava nada (comigo). Eles vinham com lanchinho para mim, pra quê que eu vou querer comer? Eles acham que eu preciso que alguém me dê um lanche para comer? O que eu espero é que eles paguem”, completou.

João Fantazzini Júnior cita descaso de companhia aérea - Reprodução/TV Globo
João Fantazzini Júnior cita descaso de companhia aéreaReprodução/TV Globo

O que diz a Gol?

“A Gol se solidariza com o sofrimento do tutor do Joca e de sua família. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente pela perda do seu animal de estimação. O cão deveria ter seguido para Sinop (OPS), no voo G3 1480 do dia 22/04/2024, a partir de Guarulhos (GRU), porém, por uma falha operacional o animal foi embarcado em um voo para Fortaleza (FOR).

Assim que o tutor chegou em Sinop, foi notificado sobre o ocorrido e sua escolha foi voltar para Guarulhos (GRU) para reencontrar o seu animal de estimação.

A equipe da GOLLOG na capital cearense desembarcou o cão e se encarregou de cuidar dele até o embarque no voo G3 1527 de volta para Guarulhos (GRU). Neste período, foram enviados para o tutor registros do animal sendo acomodado de volta na aeronave. Infelizmente, logo após o pouso do voo no aeroporto de Guarulhos, vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do cão.

A Companhia está oferecendo desde o primeiro momento todo o suporte necessário ao tutor e sua família. A apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com total prioridade pelo nosso time”.

O caso

Um cachorro da raça golden retrivier morreu, nesta segunda-feira (22), após ser enviado para o estado errado em um voo da Gol. A Gollog, serviço de transportes da companhia aérea, era responsável pelo trajeto do Aeroporto Internacional de Guarulhos até Sinop, no Mato Grosso, onde seu tutor o aguardava, mas o animal foi enviado para Fortaleza. Depois do erro, o cão foi enviado novamente àquele aeroporto e encontrado morto pelo tutor, João Fantazzini.

Conforme o atestado de óbito, Joca faleceu após uma parada cardiorrespiratória. O cachorro permaneceu aproximadamente 10 horas no transporte antes de morrer no aeroporto.

Em primeiro momento, João fez uma postagem nas redes sociais afirmando que o cachorro foi assassinado e que o caso “não ficará impune”. “Meu amor foi assassinado, minha melhor escolha, amor da minha vida. Você era tão jovem. Lembro-me do dia em que te peguei e nossa conexão foi momentânea!”, escreveu.

(*)com informação do Jornal O Dia