Um estudo elaborado pelo Comitê de Prevenção e Combate à Violência, da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, mostrou que o tempo médio entre a saída de adolescentes do Sistema Socioeducativo e a morte é de um ano e três meses. As medidas socioeducativas são ações aplicáveis aos adolescentes, com idade entre 12 e 18 anos incompletos, pela prática de ato infracional análogo a roubo, tráfico de drogas, violência sexual, homicídio, ameaça, desacato, lesão corporal, furto e porte de arma. 

O estudo foi fundamentado nos dados da Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo e do Sistema de Informação sobre Mortalidade entre 2016 e 2021. Por meio dessas informações, foram identificados 502 casos de mortes por causas externas em seis anos, entre homicídios, acidentes e suicídios. Cerca de 12% dos óbitos tiveram a causa ignorada. A maioria das vítimas era de meninos e a média de idade era 17 anos. O Comitê traçou um paralelo entre o ano em que o jovem saiu da unidade socioeducativa e a taxa de homicídios no Ceará. Em 2020 a taxa de homicídios para os adolescentes que saíram da unidade socioeducativa foi 17 vezes maior em comparação à taxa do Estado naquele ano.A pesquisa entrevistou ainda 171 adolescentes que residiam nas cidades cearenses de Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte.