Uma em cada cinco pessoas que contraíram a covid-19 continuam a relatar sintomas persistentes, mais de três anos após a infecção. Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, intitulada Epicovid 2.0, que trouxe dados sobre os impactos da pandemia de covid-19 no Brasil. A pesquisa destaca não apenas os efeitos físicos, mas também os psicológicos, econômicos e sociais que ainda afligem uma parcela da população. Com a participação de 33.250 pessoas de 133 cidades, o estudo revela que a pandemia continua afetando a saúde e a qualidade de vida de milhões de brasileiros. Os “sintomas pós-covid”, também conhecidos como covid longa, afetam principalmente mulheres e indígenas e incluem condições como ansiedade, cansaço excessivo, dificuldade de concentração e perda de memória.
O estudo evidencia que os efeitos não apenas comprometem a saúde física, mas também geram uma pressão psicológica, que agravou quadros de saúde mental em uma sociedade já fragilizada. Mais de 28% da população brasileira, o equivalente a 60 milhões de pessoas, relatou ter sido infectada pela covid-19. Esse número, por mais que pareça pouco, se refere a aqueles que responderam a pesquisa, e ainda pode se levar em consideração que muitas pessoas não sabem que tiveram a doença. O alto índice de adesão à vacinação contra a covid-19 é um dos destaques positivos do estudo, com 90,2% dos entrevistados afirmando ter recebido pelo menos uma dose, e 84,6% completaram o esquema vacinal com duas doses