A cobrança do deputado federal Danilo Forte para a direção nacional ser mais transparente com os gastos do Fundo Partidário aprofundou ainda mais a crise interna no União Brasil, que hoje é a terceira maior bancada na Câmara, com 59 parlamentares. Em 2023, o UB dispõe de R$ 120 milhões do Fundo Partidário.
A cobrança de Danilo, feita por um grupo de WhatsApp, gerou reação do presidente da sigla, Luciano Bivar, que o identifica como um dos eleitos à Câmara em 2022 que preparam desembarque do partido com a abertura da janela partidária- período permitido na legislação eleitoral para eleitos trocarem de sigla sem ameaça de perda de mandato.
Bivar chegou a dizer que Danilo estava puxando o pino da granada ou seja, em linguagem figurada, tentando explodir o partido e o aconselhou que, se for essa disposição de trocar de legenda, que o faça, levando consigo a granada no próprio no bolso.
TRANSPARÊNCIA
Danilo disse, ao compartilhar a cobrança sobre o destino das verbas do Fundo Partidário, que carrega como princípio que onde tem dinheiro publico, precisa ter transparência e fiscalização.
“Em se tratando de um partido político, a postura de um dirigente se reflete em todos os militantes e principalmente nos candidatos que são votados. Êtica e honradez são princípios inegáveis”, cobrou o cearense que, ao final da mensagem, afirmou que está à disposição para auditar o que for necessário.
GRAVE E FDP
Como resposta a Danilo, o presidente Luciano Bivar não escondeu a irritação e expressou, com tom agressivo, por meio de conversa no grupo de WhatsApp, recorrendo a duras expressões:
“Cara, o que você repostou no grupo é muito grave contra o partido. Você precisa ter muito cuidado para não reverberar notícias não comprovadas para não se tornar um fdp”, reagiu Luciano Bivar, que, com o nível das palavras, mostra o ambiente de tensão e racha no União Brasil.
SAIÍDA DE DEPUTADOS
A crise interna no União Brasil eclodiu com o anúncio feito por um grupo de deputados federais do Rio de Janeiro que anunciou desligamento da agremiação por não concordar com os métodos administrativos do comando nacional do partido. Uma das queixas dos rugientes regionais era de que, por determinação da direção nacional, o acesso à movimentação financeira do Diretório no Rio foi barrada com a troca de senhas.