O executivo da Fortescue no Brasil, Luis Viga, jogou, em declaração ao Jornal O Estado de São Paulo, um balde d’água fria na agenda de implantação da usina de hidrogênio verde, no Complexo Portuário do Pecém, no Município de São Gonçalo do Amarante.

A empresa responsável pela implantação da usina no Pecém, que já dispõe de licenças ambientais, tem investimentos da ordem de US$ 5 bilhões, aproximadamente, R$ 26 bilhões, e estima começar a produção a partir de 2027.

“Até agora, estamos trabalhando com pré-contratos condicionados à decisão final de investimento, porque precisamos de um desconto considerável na energia e nos encargos para tornar o projeto viável”, afirma o executivo, ao defender um preço de 50% inferior aos valores atuais.

A reportagem do Jornal O Estado de São Paulo destaca que ‘’o preço da energia pode ser um entrave para o desenvolvimento do setor’’ e que a consultoria Thymos, especializada em energia, calcula que, em todo o mundo, esse preço tenha de cair 50% para tornar o hidrogênio verde capaz de competir com o gás natural, ou seja, para que o quilo do hidrogênio tenha um valor de venda de US$ 2, equivalente a R$ 10 reais.

A reportagem cita, ainda, que, atualmente, o custo de produção do hidrogênio verde é US$ 6 por quilo, ou seja, aproximadamente, R$ 30, mas um estudo da McKinsey sinaliza que o Brasil pode chegar a uma produção de hidrogênio com valor abaixo de US$ 1,50 (R$ 8) por quilo em 2030, tornando, assim, o combustível mais competitivo no cenário global.