A vacina da Pfizer forneceu, nas últimas semanas, forte proteção contra internação e formas graves da Covid-19 causada pela variante Delta, de acordo com o Ministério da Saúde de Israel. No entanto, teve apenas 39% de efetividade contra infecções.

A vacina, desenvolvida em parceria com a BioNTech, forneceu 88% de proteção contra hospitalizações e 91% contra formas graves da doença entre 20 de junho e 17 de julho, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde israelense, sem especificar o número de pacientes estudados.

Os dados devem alimentar o debate sobre se doses de reforço devem ser administradas a pessoas já vacinadas, como a Pfizer planeja solicitar aos EUA. Autoridades israelenses disseram no início deste mês que darão apenas uma terceira rodada para pessoas com sistema imunológico enfraquecido.

Os dados de Israel, um dos primeiros países a começar a sua campanha de vacinação, contrastam com um estudo feito no Reino Unido. Esse artigo, publicado esta semana no New England Journal of Medicine, descobriu que duas doses da Pfizer oferecem proteção de 88% contra os sintomas da doença causada pela variante Delta e 94% contra a variante Alfa que foi descoberta pela primeira vez no Reino Unido. A Public Health England também já havia anunciado que o imunizante da Pfizer foi 96% eficaz contra a hospitalização.

Israel teve uma das iniciativas de inoculação mais eficazes do mundo, com 57% da população totalmente vacinada, mas viu um aumento recente de infecções devido ao delta. Os casos críticos também aumentaram, mas permanecem uma fração do pico no início deste ano.

O primeiro-ministro Naftali Bennett pediu que aqueles que não tomaram a vacina — que chegam a 1,1 milhão de pessoas — procurem se vacinar pois é a única forma de derrotar a Delta. O governo também restabeleceu algumas restrições para eventos fechados e planos para proibir voos para vários países com taxas de infecção crescentes, incluindo o Reino Unido e Chipre.

Estudos clínicos
A Pfizer e a BioNTech se dizem confiantes na proteção e segurança da vacina de duas doses, segundo um comunicado da farmacêutica divulgado nesta sexta-feira, e estão conduzindo revisão contínua dos dados sobre a vacina.

A análise dos ensaios clínicos feitos pelas empresas com mais de 43 mil pessoas mostra que a eficácia contra a infecção sintomática diminui com o tempo, de 95% nos primeiros dois meses para a faixa de 80% entre quatro e seis meses após a segunda dose.

A variante Delta surgiu pela primeira vez na Índia e está se espalhando pelo mundo à medida que os governos correm para vacinar as pessoas, às vezes infectando aqueles já totalmente vacinados contra Covid. A mutação forçou alguns países a atrasar ou repensar os planos de afrouxar as restrições aos negócios, atividades e viagens.

(*) Com informações O Globo