governo de São Paulo concluir que a morte de uma jovem, que havia tomado a primeira dose de Pfizer, não teve relação com o imunizante Ministério da Saúde mantém a suspensão para vacinar adolescentes de 12 a 17 anos sem doenças prévias. A decisão vem três dias após o . A pasta, que mudou a orientação após questionamento do presidente Jair Bolsonaro, continua a recomendar a imunização daqueles que têm comorbidades.
A garota de 16 anos morreu em 2 de setembro em São Bernardo do Campo (SP) uma semana depois de receber a vacina, mas o óbito só foi divulgado na última quinta. Segundo o governo paulista, a causa provável do óbito é uma doença autoimune chamada Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PPT), que causa coágulos no corpo. Considerada rara, afeta principalmente pessoas de 20 a 40 anos.
Segundo informações do Jornal O Globo, o ministério ainda não bateu o martelo sobre a retomada. A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) da pasta, que não foi consultada para a suspensão, discute o tema. O consenso entre o grupo é de que não há elementos para suspender a vacinação. Uma nova decisão deve sair nesta semana.
Além de especialistas, esse posicionamento é apoiado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), entre outros.
Estados e municípios têm autonomia para definir calendários de vacinação. Sem uma gestão unificada no combate à Covid-19 por parte do governo federal. O Ceará e outros estados como Rio de Janeiro e São Paulo ignoraram a decisão da pasta e mantiveram a imunização do grupo, num revés para o ministério. Brasília, a capital federal, inclusive, já decidiu estender a primeira dose aos jovens de 13 anos sem comorbidades a partir de terça-feira.
A pasta também comunicou que dará prioridade à imunização de idosos, que sofrem maiores riscos relacionados à Covid-19. Esse é o caso de pessoas a partir de 70 anos que tomaram a segunda dose há pelo menos seis meses. O grupo já está apto a receber uma dose de reforço, preferencialmente de Pfizer, independente do imunizante que tenha recebido antes.
“O Ministério da Saúde informa que irá priorizar a vacinação das faixas etárias com maiores riscos de desenvolverem formas mais severas da doença, como preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Portanto, neste momento, a pasta orienta que a vacina Covid-19 seja aplicada apenas em adolescentes com comorbidades”, diz a nota.
A Anvisa autorizou em junho a aplicação da vacina da Pfizer em jovens de 12 a 17 anos, numa decisão que segue o posicionamento do Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). O PSB acionou no Supremo Tribunal Federal (STF) no sábado para obrigar Ministério da Saúde a retomar vacinação de adolescentes. Ainda não há decisão.
O ministério definiu prioridades para a vacinação de adolescentes no início deste mês após estados e municípios já terem iniciado a imunização do grupo. Segundo notatécnica, haveria cinco categorias prioritárias: a imunização deveria começar por adolescentes com deficiências permanentes, seguida dos que sofrem de comorbidade. Depois, viriam as grávidas e as puérperas (mulheres até 45 dias pós-parto) e os que estão em privação de liberdade. Por último, seria a vez dos que não têm doenças preexistentes.
(*) Com informações O Globo