Passei um tempo sem escrever sobre os eventos culturais. Não sei se foi a correria do dia-a-dia ou a tensão causada pelo coronavírus, que muitas vezes faz a gente esquecer que precisamos sim nos distrair.
Os dias não têm sido fáceis. A distância tem feito a esperança parecer cada vez mais fora da realidade. O que pode nos ajudar nesse tempo é parar para pensar e nos colocar no lugar das pessoas. Cultivar o sentimento e estreitar os laços para ficar mais perto de quem gostamos é sim uma forma de seguir sorrindo mesmo em dias difíceis.
As lágrimas escorrem dos olhos quando vejo notícias de pais e avós que não podem estar em contato com os filhos. A dor de querer a presença de quem amamos perto e não poder nos faz transbordar de emoção. Pessoalmente falando, não é fácil manter o “distanciamento social” de quem amamos, até porque como diria a música do Detonautas, o amor é a única revolução verdadeira que pode existir.
Elis Regina certamente parece que escreveu a canção “alô, alô, Marciano” nos dias de hoje, e parafraseando a compositora, “aqui quem fala é da Terra, pra variar estamos em guerra… você não imagina a loucura!”.
Já Nando Reis diria que a gente não percebe o amor que se perde aos poucos sem virar carinho. Aliás, guardar lá dentro esse sentimento não impede que ele empedre, mesmo sendo infinito. O que isso tudo quer nos dizer é que justamente o amor vai nos fazer passar pelos dias ruins com mais esperança e fé. É o amor que vai nos levar até o final dessa trajetória ilesos. É esse sentimento revolucionário que vai nos fazer permanecer sãos quando tudo isso acabar.
Vou terminar dizendo, com as palavras de Nando Reis, que tornar o amor real é expulsá-lo de você para que ele possa ser de alguém. É cuidar de quem amamos com força, mesmo estando longe. É se importar, ajudar, estender a mão. Afinal, são tempos de solidariedade e empatia.