Com o aumento do número de casos da varíola dos macacos, o Ministério da Saúde lançou, nesta segunda-feira (22), a Campanha Nacional de Prevenção à doença. A ideia é conscientizar a população sobre a transmissão, contágio, sintomas e prevenção, além de dar orientações sobre o que fazer em casos suspeitos de varíola dos macacos.

Até agora, foram registrados mais de 41,5 mil casos da doença em todo mundo e, no Brasil, são 3.788 casos confirmados. Cerca de 48 cidades do Ceará já têm casos suspeitos da monkeypox, popular varíola dos macacos. As informações são do Integra SUS, plataforma de dados da Secretaria Estadual da Saúde do Estado. São 429 notificações relacionadas à doença em todo Estado e dessas, mais de 200 são classificadas como suspeitas e 29 já têm confirmação de infecção pelo vírus monkeypox (MPXV). Outros 155 possíveis casos foram descartados.

A capital, Fortaleza, é a cidade com maior número de pacientes suspeitos da infecção, somando 126 registros. Caucaia e Juazeiro do Norte aparecem em segundo, com 7 suspeitas cada; seguidos por Crato e Maracanaú, com 6 casos cada. Dentre os casos notificados no Ceará, os sintomas mais apresentados pelos pacientes foram lesões de pele, febre e dor de cabeça.

Campanha

A campanha adverte que a principal forma de prevenção é evitar contato com pessoas infectadas ou objetos contaminados como, por exemplo, copos, talheres, lençóis e toalhas. Outro ponto destacado pelas autoridades de saúde é que a fase de incubação do vírus pode ser de cinco a 21 dias. Nesse período é possível haver transmissão. Entre os casos registrados, o contágio ocorre, especialmente pelo contato físico pele a pele com lesões ou fluidos corporais. Em pessoas infectadas, febre, erupções cutâneas, inchaço dos gânglios (ínguas), dor no corpo, exaustão e calafrios são os sintomas mais comuns.

Durante o lançamento da campanha, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destacou que o fato de não existir um tratamento específico para a doença não quer dizer que ela não tenha tratamento. Segundo Queiroga, sintomas como dor podem ser amenizados com medidas específicas. O ministro da Saúde fez questão de falar sobre a diferença da varíola dos macacos para a covid-19. “A letalidade dessa doença é baixa. O vírus é diferente. O vírus da covid-19 é o vírus de RNA. Portanto é o vírus que sofre mutações com maior frequência ao passo que o vírus de DNA [da varíola dos macacos] tem um potencial menor de ter mutações, o que engana até as vacinas que são desenvolvidas com tecnologias sofisticadas”, explicou.

Vacinas

O Ministério da Saúde iniciou no mês passado as tratativas com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a OMS para a compra de 50 mil doses da vacina contra a doença.

“É necessário que haja um contrato a ser firmado pelo Ministério da Saúde com a Opas, para deixar isso bem claro, para que tenhamos uma previsão de entrega dessas vacinas. A previsão era de que se entregasse no fim do mês de agosto. A Socorro [Gross, representante da Opas] me informou que seria no começo de setembro. Seriam duas remessas, são três agora. Há uma carência desse insumo a nível mundial”, justificou Queiroga.