O velório do ator Nelson Xavier reuniu hoje (11) familiares, amigos e fãs para o último adeus ao artista no Cemitério do Caju, zona portuária do Rio de Janeiro. Após o velório, corpo foi cremado em cerimônia reservada à família. Nelson Xavier morreu ontem (10), em Uberlândia (MG), aos 75 anos.

A esposa de Xavier, Via Negromonte, contou que há 14 anos o marido lutava contra o câncer. “Era metastático. Nos últimos oito anos, a coisa piorou, alcançou a medula, o pulmão. Ele foi um guerreiro, nunca quis que ninguém percebesse, viveu uma vida frutífera”, lembrou. “Mas por dentro ele estava bastante debilitado. Nas últimas semanas foi um ato heroico.”

Após 14 anos de quimioterapia, Via explicou que nos últimos meses a meditação transcendental e a medicina integrativa ajudaram Nelson Xavier a prolongar sua vida com qualidade. “Para que ele pudesse se despedir um pouco mais suavemente”, contou a viúva.

Xavier ainda aparecerá no cinema no papel de um pistoleiro do interior aposentado no filme Comeback, de Erico Rassi. O filme rendeu ao artista o prêmio de melhor ator no Festival do Rio 2016. Na semana passada, a distribuidora O2 Play Filmes divulgou o trailer do filme.

“Foi meu primeiro filme, foi como se um treinador iniciante treinasse um craque, um Pelé. Além de todo o talento e confiança que ele deu para nós, era muito bom conversar com ele nos intervalos, toda a experiência e perspicácia que ele tinha”, disse Rassi.

Biografia

Nascido em São Paulo em 1941, Nelson Xavier atuou em importantes peças teatrais, como Eles não usam black-tie (1958), de Gianfrancesco Guarnieri; Gente como a gente (1959), de Roberto Freire; e Chapetuba Futebol Clube (1959), de Vianinha.

No cinema, atuou em dezenas de produções, entre elas Dona Flor e seus dois maridos (1976), de Bruno Barreto; e A queda (1978), de Ruy Guerra, que lhe rendeu o Urso de Prata de melhor ator no Festival de Berlim. Em 1967, Nelson Xavier atuou em O ABC do Amor, uma obra de três episódios filmados pelo brasileiro Eduardo Coutinho, pelo argentino Rodolfo Kuhn e pelo chileno Helvio Soto em seus respectivos países.

Sua última participação na grande tela foi no filme Chico Xavier (2010), em que interpretou uma das fases do líder espírita. O ator também fez inúmeras participações na TV, com papéis marcantes como o gigolô Bonitão na minissérie O pagador de promessas (1988), de Dias Gomes.