Quase ninguém gosta de ficar entediado e, hoje, uma forma rápida de escapar do tédio é passar os olhos por vídeos curtos nas redes sociais. Eles podem ser sobre qualquer coisa: danças, receitas, animais de estimação ou bebês sorridentes. Apesar de parecer a solução para o fim desse sentimento, talvez o hábito esteja piorando o problema. A constatação é de uma pesquisa publicada no Journal of Experimental Psychology: General. O tédio pode ser definido como um estado aversivo de querer, mas ser incapaz de se envolver em uma atividade satisfatória. Para investigar o papel que o avanço rápido e a troca constante de vídeos têm nessa sensação, pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, realizaram dois experimentos em cerca de 1.200 pessoas.

Os pesquisadores observaram que quando os participantes estavam entediados, eles alternavam os vídeos e acreditavam que essa alternância os ajudaria a evitar o tédio. Só que, mesmo quando eles tinham a liberdade de assistir a vídeos de seu interesse, a alternância intensificou o sentimento entediante. Ao final dos testes, os pesquisadores concluíram que, embora as pessoas avancem ou pulem vídeos para tentar evitar o tédio, esse comportamento, na verdade, exacerba a sensação. Isso porque torna a experiência de visualização menos satisfatória, envolvente e significativa. Ou seja: a pessoa fica mais entediada. Apesar de ser uma emoção normal e comum a qualquer pessoa, o tédio pode se tornar um sinal de alerta quando se torna persistente ou intenso, especialmente quando acompanhado de outros sintomas.