Deputados federais e senadores começaram a sentir de perto as reações das entidades empresariais que não escondem a frustração com a decisão do presidente Lula em vetar a prorrogação da desoneração da folha salarial.
O texto permitia que as empresas dos 17 setores da economia que geram 9 milhões de empregos mantivessem a contribuição previdenciária patronal com base na receita bruta, com alíquotas de 1% a 4,5%, e não de 20% sobre a folha salarial.
O impacto da desoneração é significativo e permitiu, nos últimos anos de vigência da medida, o aumento no número de trabalhadores dos setores de têxtil, calçados, construção civil, call center, comunicação, fabricação de veículos, tecnologia e transportes.
Sem a prorrogação, a desoneração da folha de pagamentos vai terminar no fim deste ano.
O senador Efraim Filho (União-PB), autor do projeto de lei, definiu o veto como ‘’Lamentável, incompreensível’’. Segundo ele, a decisão do governo vai aumentar o custo do emprego.
‘’Vamos buscar a derrubada do veto, acredito que é possível. Vai ser um desgaste desnecessário para o governo. O ponto positivo de não ter tido a sessão do Congresso (nesta quinta-feira) é que na próxima já podemos colocar essa pauta’’, afirmou o senador Efraim Filho.
O senador Angelo Coronel (PSD-BA), que foi relator do projeto no Senado, acredita que o tema será analisado antes do fim do ano. ‘’Na próxima semana vamos ouvir os colegas para ver qual estratégia seguir. Mas o veto deverá ser apreciado no Congresso antes do final do ano’’, observou.