O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, comentou sobre a crise energética que atinge o país, afirmou que o governo adotou as medidas necessárias para enfrentar o problema, mas não descartou a necessidade da adoção de um racionamento. Ele acredita que as ações anunciadas pelo governo são no sentido de evitar apagões no país. Em cadeia de rádio e TV, ontem, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, apelou a um esforço de redução de consumo da população para evitar medidas mais drásticas.
“Pode ser que tenha que ocorrer algum racionamento. O próprio ministro (Bento Albuquerque) falou isso. Vamos torcer. Nossa matriz energética é a base de hidrelétrica. A maior parte do uso da água é para atividade agropecuária. Consumo humano é uma parte menor. Outra parte é para geração de energia. Tem que haver uma dosagem. É algo que vamos enfrentar nos próximos anos, enquanto não houver a recuperação plena de nossos reservatórios”, disse Mourão.
Também perguntado se o aumento na conta de luz não pode gerar mais inflação, o general disse que não acredita nesse risco.=
“Não vejo dessa forma. Os fatores que fazem a inflação aumentar e diminuir são sazonais. Os setores do governo encarregados do assunto estão trabalhando junto e acompanhando diuturnamente o que está acontecendo e adotando as medidas necessárias”.
No dia que o Supremo Tribunal Federal (STF) volta a julgar a adoção ou não de um ‘marco temporal’ como referência para demarcação de áreas indígenas, Hamilton Mourão afirmou que os índios já possuem terras suficientes.
“Hoje nós temos mais de 900 mil quilômetros quadrados de terras indígenas. É o país do mundo que tem a maior quantidade de terras disponíveis para seus povos originais. Acho que os indígenas estão bem contemplados em termos de terra, podem não estar em outra coisas”, disse Mourão, na manhã desta quarta-feira.
O vice-presidente entende que o marco estabelecido é o 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Para ele, o julgamento no STF nem deveria ocorrer.
“É uma discussão que para mim já está encerrada. A partir do momento que o legislador constituinte colocou na Constituição todas as questões relativas à propriedade de terra por indígenas, o marco estabelecido é aquele de 5 de outubro de 1988” – afirmou.
(*) Com informações Jornal Extra