É cada vez mais crítica a situação do açude Castanhão, no Ceará. O volume bate recordes negativos e está no menor nível de todos os tempos.

Um dos maiores açudes públicos do país, o Castanhão há anos vem passando por um sufoco e está apenas com pouco mais de 2% da sua capacidade. A água está cada vez mais distante e a aridez do sertão cada vez mais perto. É um cenário que causa muita tristeza. Em 10 anos, o açude já perdeu 40 metros de profundidade. São quatro centímetros por dia.

As nuvens carregando chuvas estão difíceis de encontrar, assim como os peixes nesse clima de seca. “Antes, a gente colocava o galão e pegava muito peixe, de 50 a 60 quilos de peixe. Hoje eu peguei só 1 quilo de peixe. Aí não dá pra sobreviver”, afirma o pescador José Maria da Silva.

O pescador José Ubiratan economiza o que pode para construir um tanque. Ele não quer mais depender do Castanhão: “Eu quero colocar dois mil peixes aqui. E tentar ver se dá certo, porque a pescaria não tá dando não”.

O Castanhão abastece seis cidades no Vale do Jaguaribe, com pelos menos 600 mil habitantes. Além disso, abastece a Região Metropolitana de Fortaleza, com mais de quatro milhões de pessoas. A baixa no volume das águas não mexe apenas com a pesca, mas também com a irrigação, usada em muitas propriedades.

Com informações G1