Para evitar a disseminação do vírus causador da Covid-19, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo (UrbFor), mantém o Zoológico Municipal Sargento Prata fechado para visitação pública desde o dia 18 de março. A medida cumpre decretos municipais e estaduais e segue a recomendação mundial de que todas as unidades de conservação e centros de visitação permaneçam fechados por tempo indeterminado.
Mesmo assim, todos os serviços de manutenção do espaço continuam sendo realizados e os cuidados com os animais foram reforçados, salvaguardando a principal função de um zoológico que é preservar a biodiversidade e as espécies ameaçadas de extinção que ali habitam, garantindo o bem estar dos animais.
Dentre as novas medidas adotadas pelo corpo técnico para garantir a saúde dos animais estão: a delimitação do número de servidores próximos aos recintos, sendo permitida a circulação apenas de técnicos e tratadores; higienização mais rigorosa dos alimentos dos animais; e adoção de máscaras, luvas e viseiras pela equipe do Zoológico.
“Nós já adotávamos todas as práticas consoantes à própria normativa de funcionamento de zoológicos, mas neste período redobramos a atenção com os animais e empregamos cuidados mais rígidos com a alimentação e com a paramentação de nossas equipes. Todos os alimentos são higienizados antes de irem para as prateleiras e a preparação das refeições e suplementações está sendo feita de forma ainda mais cautelosa”, explica o biólogo e gerente de manutenção de parques Raphael Martins.
Os animais do Sargento Prata seguem recebendo dieta balanceada com alimentos de qualidade e os trabalhos de enriquecimento ambiental dos recintos e de promoção do bem-estar animal seguem normalmente.
A rotina de cuidados clínicos dos animais permanece sendo realizada por equipe multidisciplinar composta por médica veterinária, zootecnista e biólogo, e segue as recomendações e atualizações dos órgãos e organizações de respaldo na área como Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab), Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB/ICMBio), Association of Zoos & Aquariums (Aza) e Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens (Abravas). E em meio a tantas adversidades deste período, um aceno positivo no Parque Passaré: o nascimento de uma arara-vermelha.
O animal da espécie Ara chloropterus é um dos maiores psitacídeos brasileiros, com cerca de 90 centímetros, e é considerada ameaçada de extinção. Segundo a médica veterinária do Zoológico, Estéfanni Pinheiro, o filhote está saudável, ganhando peso e vem sendo cuidado e alimentado pelos pais com auxílio dos profissionais da equipe técnica.O biólogo e gerente de parques da UrbFor, Raphael Martins, destaca que os pais da arara já haviam posto o ovo antes da quarentena, ou seja, já estavam aptos à reprodução independente da presença de visitantes na área.
“O nascimento de qualquer espécime no Zoológico Municipal demonstra que os animais vem sendo bem cuidados e é um sinal de que os esforços da nossa equipe técnica estão produzindo resultados promissores no tocante à preservação das espécies ameaçadas que estão sob nossa tutela”, comemora Regis Tavares, superintendente da UrbFor.
O Zoológico Municipal Sargento Prata é administrado pela Prefeitura, por meio da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor), e mantém 165 animais de 44 espécies, entre mamíferos, répteis e aves. Conserva em seu plantel espécies oriundas do tráfico e que não têm condições de serem reintroduzidas na natureza como a arara-vermelha, o macaco-prego, o tucano e felinos como o gato mourisco e a jaguatirica.