“Eu estou apostando todas as fichas no apoio do PSB. E tenho razões de estar otimista com isso”, disse o coordenador político da campanha de Ciro, Cid Gomes, ao ser questionado sobre as últimas articulações com lideranças do PSB que defendem a coligação com o PDT. Os socialistas se reúnem, no próximo domingo, 5, em Brasília, para definir, em convenção nacional, se firma aliança com o PSB ou com o PT. Há, ainda, uma terceira alternativa: ficar isolado no primeiro turno da corrida presidencial.
Ciro esperava até essa terça-feira uma resposta do ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, sobre a possibilidade para compor sua chapa. Lacerda anunciou, porém, que é candidato ao Governo de Minas Gerais. Ele afirmou que a decisão está tomada e que não há “hipótese” de fazer uma dobradinha em uma coligação nacional.
“Eu sou candidato ao Governo de Minas Gerais e não tem hipótese de me candidatar a vice-presidente, não tem mais tempo para isso. Então, essa é a decisão”, disse. Lacerda negou a hipótese ainda de ser oficializado candidato a governador em convenção estadual, marcada para o sábado, 4, e mudar de posição no domingo, 5, dia em que a cúpula nacional do partido deve decidir apoio ao PDT.
“Não tem hipótese de fazer convenção no sábado, com coligação negociada com partidos, e mudar de ideia no dia seguinte porque o partido resolveu apoiar algum candidato a presidente e gostaria de me colocar de vice-presidente”, disse.
O nome do mineiro já havia sido aprovado pelo cearense para compor a chapa presidencial. Por um apoio a Ciro, o PSB queria que Lacerda segurasse a decisão por um dia. A ideia era que a definição fosse delegada à executiva estadual da sigla, que poderia fazer um anúncio só no domingo, 5, limite do prazo eleitoral.
Com a recusa dele, porém, o partido já avalia novos nomes para compor a chapa presidencial com o perfil estabelecido pela cearense de ser alguém do Sul ou do Sudeste. Os principais cotados são o ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci, do Paraná, e o ex-deputado federal Beto Albuquerque, do Rio Grande do Sul, que foi vice de Marina Silva em 2014.
Caso o PSB não anuncie o apoio ao PDT, o partido ficará isolado e fechará uma chapa puro-sangue. A principal cotada é a senadora Kátia Abreu, do Tocantins. “Eu estou apostando todas as fichas no apoio do PSB. E tenho razões de estar otimista com isso”, disse o coordenador político da campanha de Ciro, Cid Gomes.
Lacerda já havia sinalizado a aliados que toparia o posto de vice de Ciro. Nas últimas semanas, contudo, o MDB e o DEM iniciaram negociações com o PSB, mudando o cenário eleitoral em Minas Gerais. Se concretizada, a aliança terá o maior tempo de televisão em Minas Gerais, ultrapassando até mesmo o do senador Antonio Anastasia, do PSDB. Nas pesquisas estaduais, Lacerda aparece em terceiro lugar.