O presidente da Executiva Nacional do PSDB, ex-senador Marconi Perillo (GO), vem cumprindo uma agenda de visitas aos estados para reanimar a militância e reestruturar o partido, mas o entusiasmo dos tucanos vem perdendo fôlego sobe os rumos da legenda. Perillo passou, nesta semana, pelo Ceará.
Fora do poder nacional desde 2002, após o encerramento do ciclo de dois mandatos do então presidente Fernando Henrique Cardoso, o PSDB perdeu força política nas duas décadas subsequentes, ficou sem os seus dois principais colégios eleitorais – Minas Gerais e São Paulo, e, hoje, o partido definha e vê muitos dos seus militantes em direção ao PL.
O desejo de novos tucanos de aceitarem convite do ex-presidente Jair Bolsonaro PL mostra como é delicada a estratégia de reconstrução do PSDB. O impacto desse movimento pode deixar o tucanato ainda mais desnutrido e ter reflexos na corrida pelas Prefeituras.
Uma das últimas ações que deixou mais uma luz amarela piscando na agenda do PSDB é o convite feito pelo ex-presidente Bolsonaro para ex-governador do Paraná, Beto Richa, se filiar ao PL e, em 2024, concorrer à Prefeitura de Curitiba.
Ao longo dos últimos quatro anos, outros tucanos fizeram o mesmo percurso: o primeiro foi o ex-chefe de gabinete do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ex-secretário do Meio Ambiente da gestão José Serra no Governo de São Paulo, Xico Graziano, um dos fundadores do PSDB.
A migração dos tucanos rumo ao PL teve, ainda, quatro anos depois da saída de Xico Graziano, outro fundador do PSDB que deixou a legenda após 35 anos. O ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, se desfiliou em 2022 para entrar no PL.
O então governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022, quando já havia sido derrotado em sua tentativa de reeleição, também, abandonou o ninho tucano e desembarcou no PL.
Antes da saída de Artur Virgílio e Rodrigo Garcia, o cearense
Raimundo Gomes de Matos, ex-deputado federal, que foi um dos fundadores do PSDB, se filiou ao PL, integrou a coordenação da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro no Ceará e compôs, como vice, a chapa do candidato ao Governo do Estado, Capitão Wagner (União Brasil).
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