Uma dura realidade enfrentada com dor, lágrimas e sofrimento. A cada hora, uma criança ou adolescente morre em decorrência de ferimentos por arma de fogo no Brasil, segundo um levantamento divulgado nessa quarta-feira pela Sociedade Brasileira de Pediatria, usando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Em 2016 (ano mais recente disponível), foram registradas 9.517 mortes. Esse número é quase o dobro dos 4.846 casos de 1997. No entanto, a série histórica mostra uma desaceleração no total de mortes e internações por armas de fogo após o Estatuto do Desarmamento ter entrado em vigor, em 2003.
Dados obtidos indicam ainda que a prevenção de mortes por armas de fogo se baseia principalmente na redução do acesso a elas. Nas últimas duas décadas, mais de 145 mil jovens, com idades entre zero e 19 anos, morreram em consequência de disparos, a maioria por homicídio (94%). Neste mesmo período, as despesas diretas do Sistema Único de Saúde (SUS) com tais pacientes ficaram em torno de R$ 210 milhões. Os dados indicam que 45% do volume total de óbitos em 2016 ficou concentrado na região Nordeste.