Quando tudo parecia pronto para apreciação, nesta terça-feira, em primeiro turno, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, anunciou o adiamento, por 24 horas, da votação da matéria que mais mexe com a vida dos trabalhadores. A votação do parecer do senador Tasso Jereissati à reforma previdenciária na CCJ está mantida para hoje, mas o primeiro turno, no Plenário, ficou para a amanhã, quarta-feira.
A decisão do presidente do Senado surpreendeu ministros e os principais assessores da área econômica do Governo Bolsonaro. Alcolumbre decidiu pela inversão da pauta e, ao invés da reforma previdenciária, convocou uma sessão do Congresso Nacional para votar o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias). Técnicos do governo se disseram surpreendidos com a decisão do presidente do Senado.
A pauta com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias antecede ao debate sobre a proposta orçamentária do Governo Federal que chegou ao Congresso Nacional com previsão de apenas 19 bilhões de reais para investimentos.
Há, entre os deputados federais e senadores, preocupação com a ameaça do Governo pressioná-los para uma fatia dos recursos das emendas parlamentares impositivas ser destinada à área de saúde como complemento para o Executivo atender à exigência constitucional no Orçamento de 2020.
Outros dois fatores podem ser citados, também, como estimulantes para o adiamento da votação da reforma previdenciária:
1) a ação de busca e apreensão no gabinete do senador Fernando Bezerra, líder do governo no Congress o Nacional, que foi determinada pelo ministro do STF, Luis Roberto Barroso. A medida desagradou a cúpula do Senado.
2) a ameaça de veto presidencial ao projeto com as novas regras para as eleições municipais de 2020.