O deputado estadual André Fernandes (sem partido) se antecipou, nesta quinta-feira (06), em pronunciamento na Assembleia Legislativa, para criticar a decisão do Conselho de Ética de dar parecer favorável a um projeto de resolução que o pune, com a suspensão de mandato, por quebra de decoro parlamentar.
A leitura do projeto com a punição entrou na pauta do Plenário do Legislativo. A André é atribuída a acusação de acusação contra o colega Nezinho Farias (PDT) de envolvimento com facções criminosas. Ele disse que não há motivo para receber punição porque não fez acusação, mas se limitou a pedir ao Ministério Público que investigasse a denúncia contra Nezinho.
A leitura do projeto com a punição estava prevista para essa quinta-feira, mas foi retirada da pauta do Plenário do Legislativo. A Mesa Diretora reavalia o processo legislativo de tramitação do processo para definir uma nova data. Ele fez referência a troca de acusações e agressões entre Osmar Leonardo Araújo, com graves acusações, e classificou como mais grave o caso de Bruno Gonçalves, que estava ausente do Plenário.
André disse nunca ter feito acusação e afirmou que o Ministério Público Estadual vazou o pedido para investigação da suposta denúncia de que o deputado Nezinho estaria vinculado a grupos criminosos. Questionou porque tanto tesão do PSDB e do PDT para puní-lo e lamentou estar sofrendo perseguição.
André deu ênfase ao caso envolvendo o deputado estadual Bruno Gonçalves que teve uma conversa gravada em que trata sobre o esquema para um acordo para reeleição da mãe Marta vereadora à Prefeitura de Fortaleza. Ao se referir ao áudio vazado, André cobrou que o PDT, a exemplo de outros partidos, deveria ter entrado com denúncia por quebra de decoro parlamentar contra Bruno Gonçalves.
Ele lamentou que a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa tenha aprovado um pedido de suspensão do mandato quando, em primeiro lugar, no caso de quebra de decoro, haja uma advertência verbal. Disse que nunca na história da Assembleia Legislativa houve punição, com suspensão de mandato, a um deputado estadual.
A punição a André, segundo o deputado delegado Cavalcante (PSL), é injusta e mancha a história da Assembleia Legislativa. A deputada estadual Dra. Silvana (PL) saiu em defesa do mandato de André Fernandes e garantiu que dará o voto aberto na apreciação do projeto de resolução que trata sobre a punição por decoro parlamentar.
O deputado estadual Soldado Noélio (PROS) cobrou, também, que a Assembleia Legislativa não fique na perseguição política, disse que não é justa a punição a André Fernandes e afirmou que caberia punição ao Ministério Público Estadual que vazou o pedido feito por André para investigar suposta ligação de Nezinho Farias com organizações criminosas.