O presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), tem cinco dias para explicar a divulgação de informações sigilosas à imprensa envolvendo a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. A determinação é do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski.
Segundo Mayra, senadores teriam vazado conteúdos de e-mail dela, que estavam sob sigilo. As informações foram obtidas pela Comissão Parlamentar de Inquérito a partir da quebra de sigilos telefônico e telemático da médica.
Após recorrer e ter o pedido de suspensão do acesso aos registros recusado, Mayra conseguiu, no dia 12 de junho, mantê-los em segredo, com acesso permitido apenas aos senadores. Na decisão que a protegeu, o ministro Ricardo Lewandowski disse que os dados “só podendo vir a público, se for o caso, por ocasião do encerramento dos trabalhos, no bojo do relatório final.”
Com tom de indignação, a secretária do Ministério da Saúde afirmou que os documentos foram divulgados “de forma ilegal”. Entre os conteúdos vazados, reportagens mostraram que Mayra ofereceu ao governo de Portugal o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no combate ao coronavírus, como a cloroquina.
Outro conteúdo vazado tinha um vídeo em que Mayra revela que preparou perguntas para enviar aos senadores governistas da CPI. A estratégia era uma tentativa dos senadores aliados ao Palácio do Planalto “jogarem” os questionamentos para ela, Mayra, “fazer o gol” durante seu depoimento. Durante o depoimento em meio à CPI da Covid-19, Mayra t buscou defender o governo federal em relação ao colapso da rede de saúde em Manaus, no começo do ano.