O Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, entrou como verdadeiro bombeiro para apagar o incêndio que eclodiu no PDT do Ceará nas eleições de 2022 e que, nesse momento, deixa o partido dividido em meio a dois grupos que tem posições antagônicas. O temor de Lupi é que, com o atual cenário, a sigla chegue fragilizada às eleições de 2024.

A estratégia traçada pelo Ministro Lupi, que está licenciado da presidência nacional do PDT, é levar o PDT para onde o PDT já está, ou seja, no Governo do Estado.

Lupi esteve na última segunda-feira em Fortaleza, conversou com lideranças estaduais, fez ponderações, se opôs à destituição do presidente regional André Figueiredo, como é desejo do senador Cid Gomes, e voltou para Brasília com a missão de ampliar a negociação para apaziguar o ambiente interno no PDT cearense.

A agenda de Carlos Lupi passa por conversas com o Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com o Ministro da Educação, Camilo Santana, com o governador Elmano Freitas, com o senador Cid Gomes e o ex-presidenciável Ciro Gomes.

O primeiro encontro foi com Alexandre Padilha a quem, segundo registra o Jornal O Globo, Lupi abriu o diálogo na tentativa de acomodar interesses do PDT na administração estadual. Três deputados estaduais – Queiroz Filho, Antonio Henrique e Claudio Pinho, fazem oposição e não tem cargos, nem privilégios que os dissentes pedetistas tem no Palácio da Abolição.

Lupi sabe que, se não conseguir barrar a crise interna, o PDT implode e sairá das eleições municipais de 2024 com menos de um terço dos 66 prefeitos que elegeu, em 2020, no Ceará. A atenção especial com esse cenário tem outro componente que define o tamanho da força do PDT em Brasília: dos atuais 18 deputados federais da legenda, cinco foram eleitos no Ceará.

Se perder parte desses parlamentares, a sigla corre o risco de diminuir de tamanho nas eleições de 2026 quando o PDT precisa ampliar a bancada para garantir mais recursos do fundo eleitoral e partidário.

DOIS GRUPOS, COM FARTURA E SECA DE CARGOS

De um lado, o bloco aliado ao Palácio da Abolição, que tem o senador Cid Gomes e 10 deputados estaduais. O grupo ocupa cargos no primeiro, segundo e terceiro escalão da administração estadual. Do outro lado, sob a liderança do ex-ministro Ciro Gomes, do ex-prefeito Roberto Cláudio e do presidente regional André Figueiredo, a ala que considera que o PDT fique no lugar que o povo o colocou: a oposição ao Governo Elmano de Freitas.

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