Após o diretor-presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Carlos Ciocchi, prever, nessa segunda-feira (11), que a bandeira tarifária de escassez hídrica não deva ser retomada até o final do ano (o que deve gerar uma economia no bolso dos consumidores), a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs, nesta terça-feira (12) aumentos superiores a 50% nos valores das bandeiras tarifárias amarela e vermelha 1.
Pela proposta apresentada, o valor da bandeira tarifária amarela passaria por um aumento de 56%, saindo de R$ 1,874 a cada 100 quilowatts (kWh) para R$ 2,927. Já a bandeira vermelha 1 passaria de R$ 3,971 para R$ 6,237, alta de 57%. O patamar mais caro da bandeira, a vermelha 2, teria uma redução de 1,70%, de R$ 9,492 a cada 100 kWh para R$ 9,330. Os novos valores devem valer para 2022 e 2023.
A proposta, no entanto, ainda pode sofrer alterações durante a consulta pública. As contribuições sobre o tema poderão ser enviadas entre 14 de abril e 4 de maio.
Devido às chuvas nos últimos meses, o governo decidiu antecipar o fim do patamar mais caro, a bandeira de escassez hídrica, que iria até 30 de abril, e acionar bandeira verde, sem custo adicional, a partir do próximo sábado (16).
De acordo com o diretor-geral da agência reguladora, André Pepitone, estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam que a bandeira verde deve ser mantida até dezembro em 97% dos cenários projetados.
O relator do processo, Sandoval Feitosa, afirmou que os reajustes foram pressionados por uma série de fatores. Entre eles a correção monetária pela inflação, que fechou 2021 em 10,06%, além do custo expressivo da geração de energia, por conta da alta do custo dos combustíveis e a contratação de térmicas como energia de reserva em leilão realizado em dezembro.
O acionamento das bandeiras amarela e vermelha representa um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está ligado principalmente ao volume dos reservatórios e das chuvas.