A Prefeitura de Fortaleza propôs, nesta sexta-feira (02), um reajuste salarial de 10,37% para os professores da Rede Municipal de Ensino. A proposta foi formalizada em nova reunião com o Sindicato União dos Trabalhadores da Educação (Sindiute) e com a Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE).

No entanto, os profissionais, que demandam o reajuste imediato de 10,09% para adequar o salário ao piso nacional, recusaram a proposta e decidiram manter o estado de paralisação — iniciado na última terça-feira (30) — até a próxima quarta-feira (7), pelo menos, quando deve ocorrer outra assembleia da categoria.

A proposta da prefeitura é implantar o índice de 3,62% do piso nacional estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) retroativamente ao mês de janeiro. E, no mês de junho, conceder mais um ponto percentual, além da incorporação da regência de classe, que corresponde a 5,5%.

“Com isso, o piso em Fortaleza para os professores passa a ser de R$ 4.592,61. Essa é mais uma demonstração do nosso compromisso de dialogar com a categoria e ofertar melhores condições de trabalho para seguirmos juntos oferecendo um ensino público de qualidade para nossas crianças e adolescentes”, declarou o prefeito José Sarto.

Junto ao reajuste salarial, a Prefeitura de Fortaleza se comprometeu com aumento de 10% no vale-alimentação (Adicional de Dedicação Integral). Além disso, o valor mensal a ser pago da pecúnia será definido até o final de fevereiro.

Para a presidente do Sindiute, Ana Cristina Guilherme, o prefeito ofereceu no acordo o suficiente para cobrir a inflação, mas não atendeu aos outros anseios dos professores.

“Ele incorporou uma gratificação que a gente tinha [a chamada regência]. Eu tinha 20%, ele tirou 5% e botou 5% lá em cima. Não sou contra incorporar, mas queria que ele incorporasse 20%, aí não precisava dar nada [além]. Tirava os 20% da gratificação e colocava lá. Por quê? Porque esses 20% estão ameaçados pela Reforma Administrativa [em tramitação no Congresso Nacional]. Se a Reforma vem, eu tenho uma redução de salário de 20%. Dá uma insegurança gigantesca”, explicou a representante.