A Secretaria de Saúde do Ceará anunciou, nesta quinta-feira (16), que o Estado vai manter a vacinação contra Covid-19 em jovens com idade entre 12 e 17 anos. A decisão foi tomada após uma reunião extraordinária da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Mais cedo o Ministério da Saúde divulgou uma nota informativa para que os adolescentes com faixa etária não fossem imunizados. A exceção é para adolescentes com deficiência permanente, com comorbidades ou que estejam privados de liberdade. A pasta ainda orientou que os que já tivessem tomada a primeira dose não completassem o esquema vacinal.

De acordo com a nota divulgada pela Secretaria de Saúde, a pasta federal tomou uma “decisão unilateral, sem dialogar com estados e municípios”. Até agora, o Ceará já vacinou 196.835 adolescentes e, até esta quinta, não foi registrado nenhum efeitos adversos graves no pós-vacinação.

+Veja a nota:

Decisão do Ministério da Saúde

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que uma série de motivos pesaram para que a pasta resolvesse revisar a recomendação e suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidades. Segundo Queiroga, foram identificados 1,5 mil eventos adversos em adolescentes imunizados. Todos eles foram de grau leve. Foi notificado um caso de morte de um jovem em São Paulo, mas o episódio ainda está sendo investigado para avaliar se a causa foi o imunizante.

O ministro reclamou que, a despeito da orientação anterior para que a imunização deste público tivesse início ontem (15), já foram vacinados 3,5 milhões de adolescentes por autoridades locais de saúde. Ele acrescentou que houve diversos casos de prefeituras que aplicaram vacinas não autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência só permitiu o uso da Pfizer/BioNTech para adolescentes de 12 a 17 anos. Nos registros do Ministério da Saúde, entretanto, dados enviados pelos estados mostram este público sendo imunizado com outras vacinas.

“Em relação aos subgrupos, as evidências estão sendo construídas. O NHS [SUS do Reino Unido] restringiu a vacinação nos adolescentes sem comorbidades. Aqueles que já tinham sido imunizados com 1ª dose se recomendou parar por ali”, disse Queiroga.

Diante da suspensão, os adolescentes sem comorbidades que receberam a primeira dose não devem ter a aplicação da segunda dose. A orientação de interromper a imunização vale também para aqueles com comorbidades que tomaram a primeira dose da AstraZeneca ou CoronaVac. Apenas os adolescentes com comorbidades imunizados com a Pfizer/BioNTech na primeira dose podem seguir com o processo de imunização e completar o ciclo vacinal, procurando os postos para receber a segunda dose.