As bancadas da base aliada do Governo no Congresso Nacional, ainda, continuam reticentes com relação a reforma da Previdência, mesmo que ela seja modificada, o temor é o custo político de aprovar uma proposta impopular a pouco mais de um ano das eleições de outubro de 2018.

O Centrão, por exemplo, formado por PP, PR e PSD, entende que a proposta continua complicada. O líder do PR, José Rocha (BA), que comanda a quinta maior bancada da Câmara, com 38 deputados, diz que mesmo uma reforma mais branda enfrentará resistência.

Já o  lider do PP, Arthur Lira (AL), à frente da terceira maior bancada, com 46 deputados,entende que a proximidade com as eleições afeta a votação da reforma da Previdência, considerada o principal projeto com o qual a equipe econômica conta para tentar equilibrar as contas públicas. “Quanto mais perto da eleição, mais difícil fica. Vai ter desgaste de todo jeito”, afirmou.

Para o líder do PSD, Marcos Montes (MG), o quadro melhorou, mas que é preciso ter cautela. Ele lidera a sexta maior bancada da Câmara, com 37 deputados. E afirma que é melhor aguardar os novos rumos das investigações da “Lava Jato” e que a economia venha a reagir com maior vigor, para que o custo político de aprovar a reforma diminua.

Já o líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), à frente da oitava maior bancada da Câmara, com 29 parlamentares, governo ainda enfrenta “muitas resistências” para aprovar a proposta no plenário. Na sua opinião houve falha na comunicação, e a guerra da desinformação acabou prevalecendo.

O líder do PSDB, Ricardo Tripoli (SP), por sua vez, diz que a reforma da previdência precisa ainda de algumas reformas para ser votada em plenário. Ele cita o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que deve continuar com as regras atuais.

O governo ainda iniciou uma reação quando houve a reviravolta na delação de executivos do grupo J&F e a melhora dos resultados na economia, mas a denúncia pelo procurador Rodrigo Janot contra caciques do PMDB jogou um balde de água fria nas pretensões de levar a reforma adiante.

Neste domingo, o presidente Temer reuniu-se com ministros e os presidentes do Senado (Eunício Oliveira) e da Câmara (Rodrigo Maia) num almoço. No prato principal, os rumos a serem tomados diante da incógnita futura de uma possível denúncia contra Temer ser enviada ao Supremo Tribunal Federal. A tendência é que a reforma seja empurrada mais uma vez para frente.

Com informações do Estadão