Irregularidades em doações de campanha! O Tribunal Superior Eleitoral identificou um total de 221 mil e 335 casos de indícios de irregularidades em doações nas eleições de 2020. As incongruências somam um total de R$ 950 milhões de reais, sendo que a maior frequências das falhas está em pessoas que realizaram doações e que estão inscritas em programas como Bolsa Família e Auxílio Emergencial, um total de 91 mil e 500 casos deste tipo.

+ Ouça na íntegra a reportagem do correspondente Carlos Alberto sobre as irregularidades identificadas nas doações a campanhas eleitorais.

O jornalista Luzenor de Oliveira, em sua participação dentro do Bate-Papo político, no Jornal Alerta Geral desta quarta-feira (23), afirmou que a ação é uma verdadeira mobilização dos técnicos da Justiça Eleitoral para passar um pente fino nas contas apresentadas pelos candidatos eleitos e não eleitos em relação as despesas e receitas.

“A maioria teve o CPF usado de forma indevida, porque de forma consciente essas pessoas não iriam colocar dinheiro em campanha eleitoral, mesmo porque a renda que essas pessoas recebem do Bolsa Família é um valor bem baixo para se colocar, se jogar em campanha eleitoral”, afirma Luzenor de Oliveira. O levantamento do TSE será encaminhado a Procuradoria Geral para uma apuração mais detalhada.

Beto Almeida, ao comentar o assunto, diz que boa parte dos beneficiários do Bolsa Família ou do Auxílio Emergencial não fizeram essa doação de forma consciente ou não tinham pleno conhecimento das consequências desses atos. “Agora me impressiona os candidatos e naturalmente as assessorias jurídicas desses candidatos porque hoje os dados não foram criados do nada, foi preciso fazer apenas o cruzamento de dados da Receita Federal, do COAF e do próprio Ministério Público eleitoral”, diz Beto Almeida.

“O político se sabia ou não que estava cometendo uma irregularidade, isso ai ele vai ter agora problemas pra resolver, mas o que eu pergunto aqui é. O que vai ser feito agora, detectadas essas irregularidades? Vai caber agora ao Ministério Público fazer um pente fino e investigar se vale a pena abrir novas ações de investigação e inclusive pedir revisão de informações já repassadas por esses candidatos, a gente espera que o Ministério Público faça isso”, declara o jornalista Beto Almeida.