As entidades que representam a categoria dos jornalistas no Ceará têm questionado o governador Camilo Santana quanto ao alcance da lei sancionada, que prevê punição aos veículos da imprensa que publicarem “fake news”, como se fossem notícias verdadeiras visando prejudicar alguém ou um grupo. Os órgãos pedem maior clareza sobre quais seriam os critérios para se definir o que são notícias falsas, a fim de que isto não comprometa o trabalho da imprensa cearense.

Dentro do Bate-Papo político desta terça-feira (19), os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida comentaram o assunto. Para Beto, a reclamação dos órgãos é válida, pois fica complicado conceituar o que seria “fake news” pelo projeto aprovado. No texto, apresentado pela deputada Augusta Brito (PCdoB), as notícias falsas são classificadas como informações publicadas por veículos de comunicação como se fossem informações reais.

“Fica complicado você conceituar o que são as Fake News com o projeto que foi aprovado, mesmo sendo algo que é prejudicial a sociedade, muitas vezes as Fake news não são produzidas e geradas por grupos de comunicação, por jornalistas, mas por grupos organizados que já se projetam claramente pra se aproveitar dos veículos de comunicação e fazer uso de informações falsas no formato de notícias pra exatamente ganhar credibilidade e literalmente enganar o consumidor”, pontua Beto.

Beto finaliza dizendo que ao submeter o projeto à analise de algumas entidades, Camilo Santana ouviu sugestões que serão formalizadas pelos órgãos para que posteriormente o governador possa regulamentar a medida e assim ela torne-se apta a valer para criminalizar os responsáveis pela disseminação das notícias falsas. “Todos tem pressa e querem a verdade restabelecida, mas restabelecida com equilíbrio”, conclui Beto.