O presidente eleito Jair Bolsonaro esteve reunido nesta manhã (29) com o deputado federal Onyx Lorenzoni, que deve assumir a Casa Civil no futuro governo, e o economista Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda, para definir os nomes para a equipe de transição e do governo que se instalará em 1 de janeiro de 2019.
Segundo o ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno, a prioridade é concluir a montagem da equipe de transição, que será anunciada pelo presidente eleito em momento oportuno. “Ninguém está com pressa para indicar nada, o governo só começa em primeiro de janeiro. Agora a preocupação é montar a equipe mais linha de frente, digamos assim, e a partir daí começar o trabalho”, disse.
Bebianno informou que estão sendo cotados nomes tanto para a transição, que não deve chegar aos 50 permitidos por lei, quanto para o governo. “Não sabemos nem se vamos usar os 50 nomes da transição. Estamos montando uma equipe profissional de executivos capazes de olhar para o Brasil de uma forma mais organizada do que é hoje. Quando tiver novidades vamos anunciar”.
Quanto aos ministérios, ele afirmou que devem ser em torno de 15 e que tem metade dos nomes definidos, inclusive um “forte” para a educação, mas que para a saúde ainda não foi escolhido. Sobre o juiz federal Sérgio Moro, Bebianno disse esperar contar com ele no futuro governo. “Esperamos que ele se engaje de alguma forma, é um nome muito emblemático, um nome muito importante para o Brasil, para a população do Brasil, estamos na expectativa que ele aceite se engajar de alguma forma”.
Previdência
Bebiano disse que a reforma da Previdência não seria um dos temas tratados na reunião de hoje, mas que é muito importante. “Não vamos tratar disso agora. É interesse do Brasil resolver essa questão, independentemente de que governo seja, existe um déficit gigantesco e isso quanto mais cedo for votado, melhor. Mas isso não vai ser tratado hoje”.
Segundo ele, o projeto sobre o tema que está em discussão no Congresso Nacional é “um remendo”. “Há reformas que poderiam ser implementadas de maneira mais efetiva, mais justa, o Paulo Guedes tem um desenho já bastante detalhado disso. Mas se for possível a aprovação esse ano do que está lá, é melhor do que nada”.
Imprensa
Bebiano destacou também que a liberdade de imprensa será respeitada e não há ameaça de tirar a publicidade oficial de nenhum veículo, mas que é preciso “ter um equilíbrio” e “seguir um critério técnico”, além de reduzir os gastos com publicidade do governo, que ele considera ser “muito dinheiro” gasto “de forma desnecessária”.
Um dos temas mais polêmicos durante a campanha de Bolsonaro, a questão de gênero, o presidente do PSL disse que tem um pensamento diferente do presidente eleito e que a questão não deve ser tutelada pelo Estado, por se tratar de uma questão pessoal que afeta apenas a vida íntima de cada pessoa.
“É um pensamento dele, não é o meu, cada um tem o direito de ter o seu. Eu acho que questões sexuais são tão complexas, acho que o ser humano é tão controvertido, tão cheio de nuances, ninguém pode determinar, dizer especificamente se a sexualidade é fruto do meio ambiente, da criação, se é espiritual, isso é uma questão pessoal de cada um. Simplesmente o Estado não tem que se meter na vida privada das pessoas”.
AGÊNCIA BRASIL