O presidente eleito Jair Bolsonaro vê com preocupação um possível reajuste salarial para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira, 7, que o aumento de gastos que pode ser provocado caso o Congresso Nacional aprove a proposta de aumento do STF e do procurador-geral da República é preocupante.
O Senado decidiu nesta terça-feira, 6, incluir na pauta de votação a análise de dois projetos que preveem reajuste para ministros do STF e para o procurador-geral da República. Na prática, com a decisão, o reajuste já pode ser votado no plenário a partir desta quarta. Após café da manhã com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, Bolsonaro foi questionado por jornalistas como avaliava a tentativa do Senado de votar a proposta de reajuste.
Para Bolsonaro, não é o momento do país ampliar despesas, já que as contas públicas registram déficits nos últimos anos. “Acho que estamos numa que fase todo mundo tem ou ninguém tem. Sabemos que o Judiciário é o mais bem aquinhoado entre os poderes, a gente vê com preocupação… Obviamente que não é o momento (de aumentar gastos)”, disse o presidente eleito.
Após participar de um café da manhã com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, e outros oficiais-generais da instituição, Bolsonaro seguiu para um encontro com o presidente do STF, Dias Toffoli.
Os projetos que tratam dos reajustes, apresentados pelo STF e pela Procuradoria Geral da República (PGR) entraram na pauta de votações do Senado. Os textos, já aprovados na Câmara, preveem que, a partir de junho de 2016, os salários de ministros do STF e do procurador-geral passariam de R$ 33,7 mil para R$ 36,7 mil e, a partir de janeiro de 2017, R$ 39,2 mil. Bolsonaro afirmou que após o café na Aeronáutica que já conversou com Toffoli, na terça-feira, 6, durante solenidade no Congresso, sobre a necessidade de defender o futuro do país, com a responsabilidade dividida entre os poderes. “Todos têm que colaborar para que o Brasil saia dessa crise. E o poder Judiciário, no meu entender, num gesto de grandeza com toda certeza não fará tanta pressão assim por esse aumento de despesa”, afirmou o presidente eleito.
Reforma da Previdência
O presidente eleito informou que conversará entre esta quarta e quinta-feira com parlamentares que acompanham a proposta de reforma da Previdência enviada pelo presidente Michel Temer ao Congresso Nacional – o texto aguarda para ser votado na Câmara e, caso seja aprovado, irá ao Senado.
Segundo o presidente, os parlamentares lhe disseram que seria possível promover mudanças previdenciárias por meio de projetos de lei, porém ele não deu detalhes sobre o que seria modificado. “Alguns deles me disseram é que tem propostas via lei ordinária ou lei complementar que dá para um avança. O que nós queremos é votar alguma coisa no corrente ano”, ressaltou Bolsonaro.
O presidente reafirmou que se empenhará para aprovar a reforma e informou que ficará em Brasília na manhã de quinta-feira para discutir propostas. Ele ainda afirmou que deverá voltar na próxima semana a Brasília para continuar as conversas sobre o tema. Sobre a afirmação do futuro chefe da equipe econômica, Paulo Guedes, da necessidade de dar uma “prensa” no Congresso para aprovar a reforma, Bolsonaro disse que a palavra correta é “convencimento”.
Com informações do Portal G1