A produção de carne de frango no país deve encerrar o ano com volume 1,7% abaixo do ano passado, somando 12,82 milhões de toneladas ante 13,05 milhões de toneladas em 2017. Desse total, 4,32 milhões foram vendidos ao exterior, movimento 5,1% inferior ao ano passado. Inversamente às exportações, o consumo interno vai fechar o ano com leve alta, de 0,63%, com 8,73 milhões de toneladas, o equivalente a 41,8 quilos por pessoa.

Os dados foram anunciados nesta quinta-feira (13) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O levantamento indica ainda retração de 3,2% na produção de carne suína, que atingiu 3,63 milhões de toneladas ante 3,75 milhões de toneladas no ano anterior. Neste segmento também caiu em 8% o volume das exportações com 640 mil toneladas. Em 2017, foram 697 mil toneladas. Houve queda ainda, de 2,6%, no mercado doméstico com o consumo de 3,07 milhões de unidades, ou 14,35 quilos por pessoa.

O presidente da ABPA, Francisco Turra, afirmou que o setor foi afetado pelo tabelamento de frete que encareceu em 35%, na média, e pela greve dos caminhoneiros, que geraram perdas avaliadas em R$ 1,5 bilhão, além de ter enfrentado custos mais elevados dos insumos (milho com alta de 50% e farelo de soja, a custo de 40% mais).

Pelas projeções da ABPA, no entanto, a produção deve se recuperar no próximo ano, com previsão de crescimento para a carne de frango de 1,39% em 2019, com um total 13,2 milhões de toneladas. O aumento esperado em relação a carne suína é de algo entre 2% a 3%, podendo alcançar 3,7 milhões de toneladas.

De outro lado, a produção de ovos aumentou e deve fechar 2018 com alta de 10%, passando de 39,9 bilhões de unidades para 44,2 bilhões de unidades. O destaque foi o desempenho das exportações, que vão superar as 10,8 mil toneladas, quantidade 80% acima do registrado no ano passado. A ABPA calcula que isso equivale ao consumo per capita recorde de 212 unidades, ou 10,4% mais do que em 2017.

Exportações
De janeiro a novembro, o Brasil exportou 3,748 milhões de toneladas de carne de frango, com recuo de 6,3%, obtendo uma receita de US$ 5,99 bilhões no período, o que é 10,8% abaixo da alcançada em 2017. No mesmo período, as vendas externas de carne suína somaram 589,2 mil toneladas em 2018, com uma baixa de 8,4% sobre o mesmo período do ano passado o ano. O volume financeiro atingiu US$ 1,105 bilhão, o que é 26,8% menor do que em igual período de 2017.

Destoando desses dois casos, o país quase dobrou as vendas de ovos, que chegaram a 9,991 mil toneladas, 83,9% mais do o registrado no acumulado do ano até novembro. Em valores, esses negócios alcançaram US$ 15,1 milhões, receita que foi 101,9% superior ao mesmo período do ano passado.

Mercado externo
Turra, porém, acredita em recuperação, tomando por base alguns fatores positivos como a habilitação de 26 novas plantas na área do frango destinadas a embarques para o México, além da abertura do mercado cambojano.

O dirigente também vê chances de aumentarem as vendas de carne suína para a China, que enfrenta escassez na produção local por ter sido afetado pela peste suína africana. Segundo a ABPA, dados apurados Consultoria Asia Agro Aliance apontam que este país deve ter uma perda de 4 milhões de toneladas do produto.

A entidade também informou que após 11 meses de negociação com a Rússia, o Brasil conseguiu colocar, novamente, o produto nesse mercado, que é o principal consumidor dos produtos suinícolas. No ano passado de janeiro a novembro, os russos compraram 250,9 mil toneladas do Brasil.

De acordo com o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin, ainda não dá para se prever o desempenho das exportações, em 2019. No entanto, ele espera pela solução de alguns embaraços para a ampliação das vendas externas. Entre as questões está definição de um acordo com a China das sobretaxas provisórias de direito antidumping aplicados pelo país asiático.

Agência Brasil