Uma verdadeira aula de história aconteceu, nesta quarta-feira (10), na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, quando ocorreu a aprovação da proposta relatada pelo deputado cearense Danilo Forte que inscreve o nome de Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, no Livro dos Heróis da Pátria. A medida está prevista no Projeto de Lei 4626/2016, do senador José Pimentel, e destaca a importância do jangadeiro na luta em prol da abolição da escravatura. O texto segue agora para sanção presidencial.

“Em um momento como esse no qual o Brasil precisa de líderes e de heróis que possam servir como referência para a juventude, essa é uma das homenagens mais justas que essa casa pode fazer. Dragão do mar foi um jangadeiro do Ceará, que, com sua luta, conseguiu impor uma liderança nacional na luta pela abolição da escravatura. Com coragem, impediu o descarrego de embarcações que faziam tráfico negreiro no Estado do Ceará e o tratamento do ser humano como mercadoria”, destacou o relator Danilo Forte.

Durante a audiência, o historiador e deputado Chico Alencar, do Rio Janeiro, pediu a palavra para destacar o Ceará como primeiro Estado do Brasil a libertar os escravos. “O relatório do deputado Danilo Forte nos ensinou sobre o Dragão do Mar na sua luta como negro, como jangadeiro, como homem da arte de navegar contra a escravidão. E o Ceará teve de fato esse pioneirismo maravilhoso a partir de uma resistência popular. Eu o compararia ao Zumbi dos Palmares”, afirmou.

Em referência à luta para mobilizar jangadeiros de outros Estados, como Rio de Janeiro, o deputado Luiz Couto, da Paraíba, acrescentou que Dragão do Mar “não apenas impediu a entrada de navios negreiros no Ceará, como também a saída dos mesmos levando negros para o Sul. O que contribuiu para a abolição da escravatura no Brasil”, disse.

O Livro dos Heróis da Pátria homenageia brasileiros que protagonizaram momentos marcantes na história do país e ajudaram a construir a identidade nacional. Composto por dez páginas de aço, o livro fica exposto no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

 Com informação da A.I