O governador Camilo Santana fez uma costura para barrar solavancos que ameacem a manutenção da aliança entre PT e PDT e deu um nó, com antecedência de seis meses, nos descontentes que passaram a defender o lançamento de uma candidatura própria ao Palácio da Abolição.

Camilo não é de gritar, mas precisou esbravejar e cobrar dos aliados que estão bem contemplados na estrutura de poder para não fragilizá-lo na relação de lealdade que construiu nos últimos 10 anos.

Com o apoio de 70% dos delegados ao encontro estadual, que define os rumos do partido nas eleições de 2022, o PT aprovou uma resolução com dois pontos especiais: a pré-candidatura de Camilo ao Senado e a permanência da aliança com o PDT.  Essa decisão poderia ser adotada nas convenções a serem realizadas entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, mas Camilo puxou as rédeas e cobrou uma posição mais firme – com muita antecedência, sobre o que o PT quer no Ceará.

PAUTA NO JORNAL ALERTA GERAL

O repórter Carlos Alberto, em participação, nesta segunda-feira, no Jornal Alerta Geral, relata o teor da resolução do PT, enquanto o jornalista Beto Almeida, em seu Bate Papo Político, fala sobre a decisão que fortalece a imagem de Camilo Santana na corrida eleitoral.

O Jornal Alerta Geral, gerado pela Rádio FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza, tem transmissão para 20 emissoras de rádio no Interior e pelas redes sociais do @cearaagora.

A boa popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva e as duras críticas do presidenciável Ciro Gomes ao líder petista serviram de combustão para o deputado federal José Airton Cirilo e a deputada federal Luizianne Lins puxarem o movimento de candidatura própria ao Governo do Estado e o fim da aliança com o PDT.

A cada crítica de Ciro a Lula, José Airton e Luizianne subiam o tom e atraiam a atenção de antigos aliados e hoje adversários dos irmãos Ciro e Cid Gomes, como, por exemplo, do ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB). Eunício é pré-candidato à Câmara Federal, tem proximidade com o ex-presidente Lula e sempre conversava com os petistas insatisfeitos para montagem de uma chapa ao Palácio da Abolição.

REDEFINIÇÃO DE RUMOS

Leal aos irmãos Cid e Ciro que os proporcionaram chegar ao comando administrativo do Estado, Camilo Santana manifestava ao deputado federal José Nobre Guimarães a necessidade do redirecionamento dos rumos que a discussão sobre candidatura própria estava ganhando.

Camilo puxou para si a condução desse processo e queria mais uma demonstração do PT de que a aliança  com o PDT não correria risco. A resposta ao apelo chegou  no último sábado com a aprovação de uma resolução que o indica pré-candidato ao Senado e a manutenção do acordo com o PDT para as eleições de 2022.

Poucos dias antes do documento aprovado por 70% dos convencionais do PT, Camilo cumpriu um importante papel na corrida das eleições de 2 de outubro: ele articulou a ida de 12 prefeitos para os quadros do Partido dos Trabalhadores e tirou do PSD o discurso de que, com o maior número de Prefeituras, reivindicava o direito de indicar o nome para vice na chapa encabeçada pelo PDT.

GRITO DO PSD PELA VICE

O presidente da Executiva Regional do PSD, ex-vice-governador Domingos Filho, entrou nas eleições de 2020 com uma missão: eleger o segundo maior número de prefeitos para, em 2022, sentar à mesa e, pelo tamanho do seu partido, brigar pela vice na chapa do PDT ao Governo do Estado. Domingos cumpriu bem a missão e, entre 2020 e 2022, construiu uma base partidária com 26 prefeitos.

Os números o fizeram embalar as conversas e, especialmente, a ênfase traduzida aos interlocutores de que, com essa quantidade de prefeitos, não ficaria fora da chapa ao Poder Executivo. Para Domingos, a etapa dessa guerra estava ganha e não tinha como a sua estratégia ser frustrada.

A matemática do ex-vice-governador  falhou e, no quadro atual, o PT, com 29 prefeitos, passou o PSD, que perdeu o discurso para reivindicar a vaga de vaga. O PSD perdeu o discurso, mas Domingos, que está mergulhado, não entregou os pontos. A mexida no quadro de prefeitos fortaleceu o Governador Camilo Santana no PT e na relação com o PDT.