O presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, está no centro da discussão sobre os rumos políticos do País e, nos últimos 15 dias, tem dado exemplos de que, na vida pública, a paciência é essencial e indispensável. Derrotado em 2010 na tentativa de se reeleger senador, o cearense é hoje um dos nomes para presidente da República. A escolha se dará por meio de uma eleição indireta caso o presidente Michel Temer renuncie ao mandato ou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o casse no julgamento da chapa Dilma-Temer marcado para o próximo dia 6 de junho.
Governador do Ceará por três mandatos (1987-1990, 1995-1998 e 1999-2002) e atualmente no segundo mandato de senador – o primeiro foi no período de 2003-2010, Tasso Jereissati liderou as ações para transformação da vida econômica, social e política do Ceará a partir do ano de 1987 e conquistou credibilidade dentro e fora do Brasil e, hoje, pela experiência política, pelo equilíbrio e diálogo que marcam a sua atuação, conduz as articulações para o País romper com a crise.
Respeitado na área empresarial e na política, Tasso Jereissati assumiu temporariamente a Presidência Nacional do PSDB com a queda do senador Aécio Neves, flagrado em conversas gravadas com pedido de dinheiro ao empresário Joesley Batista, do Grupo JBS. Tasso resistiu a assumir o comando nacional tucano, mas, vencido pelos argumentos de lideranças do PSDB de São Paulo, aceitou o desafio de participar como protagonista das articulações que poderão levar o País a eleger, de forma indireta, o novo presidente e o vice-presidente da República.
Uma reportagem do Jornal Estado de São Paulo, edição desta sexta-feira, destaca o papel político que o senador Tasso Jereissati cumpre no atual cenário da crise que envolve o presidente Michel Temer. Segundo a reportagem, ‘’com o governo de Michel Temer desestabilizado e com Aécio Neves fora de combate, atingidos pela delação dos executivos da JBS, coube ao experiente senador Tasso Jereissati (CE) assumir o papel central na recomposição do PSDB’’.
O texto do Estadão destaca, ainda, que ‘’desde a semana passada, Tasso dedica quase todo o seu tempo a essa remontagem do partido e às costuras políticas para impedir que o projeto do PSDB seja inviabilizado pelo escândalo. Mais: acabou se tornando uma opção de candidatura governista, caso Temer deixe a Presidência, o que obrigaria a convocação de eleições indiretas’’.
A reportagem se refere, também, a missão que o cearense cumpre no atual momento: Tasso quer mesmo é juntar os dois mundos tucanos: o antigo, liderado pelas presidências de Fernando Henrique Cardoso, com o novo, protagonizado pelos “cabeças pretas”, o grupo de tucanos mais jovens que tenta atualizar o discurso do partido e recuperar o poder político do passado.
O texto do Jornal O Estado de São Paulo faz referência a trajetória de Tasso Jereissati na vida pública: ‘’Credenciado por ser um peso pesado do meio empresarial, ter sido governador três vezes e não ser investigado na Operação Lava Jato, Tasso deu prioridade, nos últimos dias, à montagem de um discurso único do PSDB em relação ao que fazer sobre o futuro do governo Temer’’, afirma a reportagem.
A ideia, com essas articulações, de acordo com o Jornal O Estado de São Paulo, é mostrar que o partido não abandonou o barco, cuidando apenas de suas conveniências eleitorais sem se preocupar com o futuro do País. Além disso, a discussão das reformas trabalhista e previdenciária são bandeiras defendidas pelo partido, independentemente de quem comanda o governo. “As denúncias contra o governo são gravíssimas. Mas seria uma enorme irresponsabilidade se tomássemos alguma decisão precipitada”, diz Tasso.
Cauteloso, segundo a reportagem, Tasso, ao ser lembrado como eventual candidato, tem evitado o assunto. Costuma repetir que nunca foi obcecado pelo Planalto, embora tenha tentado viabilizar sua candidatura para 2002, sendo batido internamente por José Serra (SP). Em 10 anos, de 2010, quando foi derrotado na disputa pela reeleição ao Senado, a 2017, Tasso está inserido no contexto da vida nacional do País como alternativa para presidir o Brasil caso o Congresso Nacional realize eleição indireta para escolha do presidente e vice-presidente da República. Seja quais forem os desdobramentos da crise, o cearense Tasso Jereissati já deixa a sua marca como articulador na reconstrução da estabilidade política e econômica do País.