Campeão de votos pelo PL nas últimas três eleições que disputou pelo Estado de São Paulo, o deputado federal Tiririca reagiu às ameaças de perder o número que o identifica na urna e ameaça desistir de concorrer à reeleição. Tiririca revelou que um movimento foi deflagrado dentro do PL para o número 2222 passar a ser usado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Bolsonaro.

O número, com fácil memorização, desperta a cobiça porque, neste ano, acaba por criar um vínculo direto com o número (22) a ser usado pelo presidente Bolsonaro na corrida pela reeleição. O comando nacional do PL não se pronunciou sobre a revelação de Tiririca, nem o garantiu permanecer com o mesmo número que o levou, em 2010, como estreante na política, a ser eleito, pela primeira vez, com 1,3 milhão de votos.

A votação foi fruto do que Tiririca mais sabe fazer – humor. Com o bordão “Pior que está não fica”, o humorista cearense, nascido no Município de Itapipoca, acabou sendo a maior entre os 513 deputados federais eleitos em 2010. A primeira eleição foi disputada pelo PR, antecessor do PL.

Tiririca voltou às urnas, em 2014, para concorrer à reeleição, manteve o mesmo número (2222) e conquistou a reeleição com 1.016.796 votos, ficando como o segundo mais votado no Estado de São Paulo. Fiel ao PL e naquela de que, em time que se ganha, não se mexe, Tiririca continuou com o número 2222 e, na disputa pelo terceiro mandato, recebeu 445.521 votos.

Com três boas votações que ajudaram o PL a ampliar a bancada na Câmara, Tiririca sente de perto a ameaça de perder o seu número para o deputado federal Eduardo Bolsonaro e, diante desse cenário, deixou o recado: ‘’Sem meu número, o 2222, eu não saio candidato. Estou super chateado, achei uma falta de respeito do partido’’, disse Tiririca, sem esconder o seu descontentamento. ‘’Quando precisaram de mim, ajudei a eleger um monte de deputado’’, desabafou, que espera uma decisão do comando do PL de manter o número que o identificou nas eleições de 2010, 2014 e 2018.