Em um ano, a destruição da Mata Atlântica caiu 56,8% – menor valor total de desmatamento da série histórica do monitoramento do bioma – e o Ceará é o campeão do ranking da conservação ao beirar o desmatamento zero, com apenas 5 hectares (ha). A boa notícia está na 12ª edição do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica”, edição que inclui o mapeamento do território dos 17 Estados inseridos no Mapa da Área de Aplicação da Lei 11.428 de 2006 – Lei da Mata Atlântica (2016-2017).
O levantamento é uma realização da Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apresentado no último dia 24, em São Paulo. O estudo mostra que o total de desflorestamento (classe mata – remanescentes florestais) identificado nas áreas dos 17 Estados da Mata Atlântica, no período 2016 a 2017, foi de 12.562 hectares (ha). Comparando a supressão da floresta nativa nos mesmos 17 Estados mapeados no período 2016 a 2017, houve redução de 56,8% na taxa de desmatamento.
“Sete estados beiram o desmatamento zero, com desflorestamento em torno de 100 hectares (1 Km²). O Ceará e Espírito Santo, com 5 hectares (ha), são os estados com o menor total de desmatamento no período. São Paulo (90 ha) e Espírito Santo ganharam destaque pela maior redução do desmatamento em relação ao período anterior. Foram 87% e 99% de queda, respectivamente. Os demais estados no nível do desmatamento zero foram: Mato Grosso do Sul (116 ha), Paraíba (63 ha), Rio de Janeiro (49 ha) e Rio Grande do Norte (23 ha).” Acesse o relatório completo em: https://goo.gl/4pzZ1p.
Artur Bruno, titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), comemorou. “No Ceará, estamos trabalhando com o objetivo de chegar ao desmatamento zero conforme compromisso assumido em 2015”, disse referindo-se à carta “Uma Nova história para a Mata Atlântica” assinada pelos secretários do Meio Ambiente dos estados da Mata Atlântica. No documento, os signatários afirmam o compromisso de “ampliar a cobertura natural nativa e perseguir a meta de zerar o desmatamento ilegal no bioma, até 2018”.
Quem também comemora é Marcia Hirota, coordenadora do Atlas e diretora-executiva da SOS Mata Atlântica. Ela destaca que, “em um momento político e eleitoral importante para o País, a Mata Atlântica dá o seu recado: é possível reduzir o desmatamento. Com o compromisso e o diálogo entre toda a sociedade, incluindo proprietários de terras, governos e empresas, podemos alcançar o desmatamento ilegal zero, já presente em sete estados”.
Planos municipais
Os municípios têm papel importante na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil e uma das principais formas de contribuir é através da elaboração e implementação dos Planos Municipais da Mata Atlântica. Segundo a gestora da APA da Serra de Baturité, Patrícia Jacaúna, medidas estão sendo tomadas pelo Governo do Ceará, nesse sentido. “A Sema, por meio da Coordenadoria de Biodiversidade (Cobio), já assinou termos de cooperação técnica para elaboração dos planos municipais de conservação e recuperação da Mata Atlântica nos municípios de Pacoti, Guaramiranga, Aratuba, Mulungu, Redenção e Palmácia”, afirma.
Mata Atlântica
A Mata Atlântica é a floresta mais ameaçada do Brasil, com apenas 12,5% da área original preservada. A vegetação natural inclui, além das florestas nativas, os refúgios, várzeas, campos de altitude, mangues, restingas e dunas. Segundo dados do IBGE, no Brasil, são mais de 145 milhões de habitantes vivendo em 3.429 municípios com Mata Atlântica.
APA da Serra de Baturité
A APA da Serra de Baturité compreende 9 municípios: Pacoti, Aratuba, Baturité, Capistrano, Caridade, Guaramiranga, Redenção, Mulungu e Palmácia. Ocupa uma área de 32.690 ha, o um verdadeiro remanescente de Mata Atlântica que contrasta com a paisagem semiárida do interior cearense. Saiba mais em: www.sema.ce.gov.br.
Sobre a Fundação SOS Mata Atlântica
A Fundação SOS Mata Atlântica atua desde 1986 na proteção dessa que é a floresta mais ameaçada do país. Realiza diversos projetos nas áreas de monitoramento e restauração do bioma. Saiba mais em: www.sosma.org.br.
Com informações da Sema