Cinco estados, entre eles o Ceará, registraram, juntos, 409 feminicídios em 2021. A constatação é da Rede de Observatórios da Segurança, que monitora a violência nos estados de São Paulo, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Ceará.

O boletim “Elas Vivem: dados da violência contra mulheres”, divulgado nesta quinta-feira (10), mostra que, no ano passado, foram registrados 1.975 casos de violência contra a mulher (incluindo os feminicídios) nos cinco estados. Segundo o estudo, um caso de violência contra a mulher é registrado a cada cinco horas e todos os dias uma mulher morre por ser mulher nos estados monitorados. Em 65% dos casos de feminicídios e 64% dos casos de agressão, os criminosos são companheiros da vítima. Quando a motivação das agressões e mortes são informadas, as três maiores causas apontadas são brigas (28%), término de relacionamentos (9%) e ciúmes (8%).

CRIMES NO CEARÁ
O Ceará apresentou queda de 20% nos casos de violência contra a mulher, com 159 casis registrados. Contudo, o Estado é o primeiro do ranking, pelo segundo ano,em número de mortes, com 11 casos de pessoas trans e registra a mais jovem vítima de transfobia no Brasil até hoje: Keron Ravach foi morta aos 13 anos ao cobrar uma dívida. Em seguida, aparece o estado de Pernambuco.

Os dados do boletim são produzidos de maneira independente a partir de um monitoramento do que circula nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre violência e segurança. Segundo a rede, todos os dias, as pesquisadoras conferem dezenas de veículos de imprensa, coletam informações e alimentam um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado. São dez categorias de crimes contra mulheres: tentativa de feminicídio e feminicídio são os maiores registros no banco.

Após dois anos operando na produção de dados em cinco estados, a Rede de Observatórios, projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), com apoio da Fundação Ford, chegou ao Maranhão e ao Piauí no segundo semestre de 2021.