Ceará, segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, registrou mais da metade (51,2%) dos casos de chikungunya registrados no Brasil. São 41.479 casos confirmados de um total de 80.949 casos da doença no País. O estado também lidera o ranking de incidência da doença: 462,7 casos para cada 100 mil habitantes. O Brasil tem e taxa de incidência de 39,3 casos/100 mil habitantes.
A situação do Estado já é considerada de epidemia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera nível epidêmico quando uma cidade ou região tem mais de 300 casos da doença para cada 100 mil habitantes. Já a pequena General Sampaio, no Norte do Ceará, tem a pior situação do país, com 5.054,8 casos para cada 100 mil habitantes, 16,8 vezes o índice epidêmico da OMS.
Outros municípios em situações epidêmicas são: Acarape (2.174,4 casos/100 mil habitantes), Reriutaba (1.900,6); Caucaia (1.097,8) Maranguape (876,4) e Fortaleza (680,6). Os dados do Ministério da Saúde são referentes até o dia 13 de maio. De acordo com boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) divulgado na sexta-feira (7), o número de casos confirmados da doença é bem superior: 50.068;
Transmitida pelo mesmo vetor da dengue e da zika – o mosquito Aedes Aegypti – 43 pessoas já morreram em consequência da chikungunya no Ceará. A infecção pelo chikungunya causa dores terríveis não apenas durante os dias em que o vírus está circulando no corpo da pessoa que o contraiu, mas por muito tempo depois da “cura”. Em seus primeiros dez dias, os sintomas costumam ser febre, fortes dores e inchaço nas articulações dos pés e das mãos.
Em alguns casos, ocorrem também manchas vermelhas no corpo. Mas mesmo com o fim da viremia – período em que o vírus circula no sangue – a dor e o inchaço causados pela doença podem retornar ou permanecer durante cerca de três meses.
De acordo com especialistas, em cerca de 40% dos casos, os sintomas tornam-se crônicos e podem permanecer por anos. Entre as sequelas da doença, são apontadas inflamação crônica nas juntas, dormência nos membros, câimbras e dificuldades de caminhar, doenças reumatoides, como a artrite. Além disso, também pode desestabilizar doenças cardíacas, problemas renais e diabetes.
Entre as ações propostas pela Secretaria de Saúde do Ceará para conter a proliferação do mosquito transmissor da chikungunya, dengue e zika, está a criação de um fundo de R$ 10 milhões de incentivo para os municípios que atingirem os melhores resultados no enfrentamento às arboviroses. Para ser contemplado, o município precisa executar ações e monitorar permanentemente indicadores que apresentem impacto na redução do número de casos das doenças que são transmitidas pelo mosquito.
Com Agências