A faixa litorânea cearense já não é mais a única área propícia para a instalação de parques eólicos no Ceará. A geração de energia eólica off shore (no mar) e em áreas do interior do estado apresenta potencial bem superior ao do Litoral. É o que afirmou o secretário executivo de Energia e Telecomunicações da Secretaria da Infraestrutura, Adão Linhares, em palestra proferida durante o Congresso Brazil Windpower, o maior evento de energia eólica da América Latina, realizado nesta semana, em São Paulo.
O novo potencial de geração é comprovado por estudos desenvolvidos para a atualização do Atlas Eólico e Solar do Ceará, que deve ser lançado em julho.
“O Ceará foi pioneiro ao lançar o primeiro atlas ha vinte anos. Agora, confirma seu protagonismo no setor e avança ao apresentar as novas fronteiras de seu potencial eólico e solar, híbrido, além da primeira estimativa de potencial eólico off shore. Com esse novo instrumento em mãos, vamos ter condições de atrair ainda mais investidores para o Ceará, que foi o pioneiro na geração de energia a partir do vento. Em vez de focar apenas no litoral, temos excelentes potenciais na Serra da Ibiapaba e na Chapada do Araripe”, comemorou Linhares.
Hoje o estado ocupa a terceira posição no ranking de geração eólica do Brasil, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte e da Bahia. Apesar de líderes, o secretário revelou que os estudos mostram que os dois estados têm desvantagens em relação ao Ceará, por conta do menor potencial de geração nos horários de pico, entre às 18h e às 21h. “Isso significa que a energia produzida no Ceará vale mais porque é gerada no período de maior demanda de consumo”, explicou.
Além do potencial, Adão Linhares destacou que o Ceará já superou os entraves no sistema de transmissão de energia, o que também favorece a atração de novos empreendimentos.
“Estamos otimistas para os próximos leilões de energia que vão acontecer em junho e outubro. O Ceará é um forte candidato e vamos continuar trabalhando para garantir a infraestrutura adequada para a instalação dos parques e uma boa ambiência de negócios”, projetou.