O governo do estado vai ampliar em 2020 ações nas áreas agrícola e hídrica. Para discutir sobre o assunto, os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida entrevistaram o secretário da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Francisco de Assis Diniz, nesta sexta-feira (27), no Jornal Alerta Geral. Em um balanço dos investimentos na agricultura durante o governo de Camilo Santana, o secretário indica  que até o fim do mandato do governador cerca de R$ 1,7 bilhão terá sido investido na agricultura estadual.

Diante da autorização para o Ceará contratar dois empréstimos internacionais que totalizam R$ 988 milhões, destinados a projetos de segurança hídrica e de desenvolvimento rural, o estado apresenta perspectivas de avanços nessas áreas.

Um dos empréstimos é destinado para o Projeto São José, com foco no incentivo à agricultura familiar. Luzenor questiona ao secretário sobre qual será o impacto na vida dos cearenses, principalmente dos que moram na zona rural, das ações do projeto São José.

“O que nós podemos dizer é que agora o São José IV é uma realidade para a agricultura familiar”, afirmou o secretário, que ainda acrescentou que o governador do Estado do Ceará,  Camilo Santana, acatou e autorizou a continuidade na preparação do São José IV. Segundo Assis, o projeto passa agora para uma segunda etapa, onde a equipe interna organizará um edital para a chamada pública.

Sobre o projeto, o secretário ressalta que trabalhará com foco no mercado, com a análise do empreendimento, de logística e do produto. “Vamos ter delineado condições objetivas de que esses projetos tenham condições de amplificar sua capacidade no que diz respeito ao ciclo produtivo e ao acesso ao mercado”, afirma Francisco de Assis.

Para 2020, o secretário planeja que os trabalhos sigam divididos por categorias, tendo em vista que o público atingido tem suas particularidades, e assim serão criados editais que atendam às necessidades desses públicos. “Aqueles que estão bem no início do ciclo produtivo, que a gente chama de vulneráveis, nós temos aqueles que estão em transição, saindo desse público (vulnerável), para ir para um público consolidado e temos aqueles que já têm o seu empreendimento consolidado”, esclarece o secretário.

Ao falar mais diretamente sobre os impactos do projeto São José na vida da população rural, Francisco de Assis, diz que se planeja observar as experiências já realizadas no São José III e se trabalhar de forma mais objetiva os projetos que têm potencial para garantir o acesso ao mercado. Como exemplo, o secretário cita a castanha de caju, que demonstra um potencial de avanço:

“Nós fizemos um investimento da Copa Caju com mais de R$ 20 milhões. Nós vamos pegar a castanha e vamos colocar essa castanha com marca, com rótulo, com logística, com as suas especificidades que sejam atrativas, tenha preço e que possa acessar os mais diferentes mercados”, salienta Francisco de Assis. O secretário ainda informou que, na Copa Caju, mais de 600 pessoas foram envolvidas de forma geral no ciclo, sendo 56 famílias ligadas diretamente ao empreendimento.

“Quando você vai imaginar o tamanho do que vai ser o São José IV, no que diz respeito ao número de famílias, nós trabalhamos hoje, com algo aproximadamente (em torno) de 60 mil famílias nos três componentes”, afirmou Francisco de Assis.

Projeto Peixamento

Na área da pesca artesanal, o governo estadual por meio da SDA injetou pouco mais de 800 mil reais para realizar o processo de peixamento. Segundo De Assis, foram adquiridos 5, 5 milhões de alevinos que terão que ser povoados até março, atendendo 60 mil pescadores artesanais.

“Nós vamos garantir para os pescadores artesanais que eles tenham renda, que eles se mantenham no entorno daqueles reservatórios, mas principalmente que demos a estas comunidades condições de ter proteína para sobrevivência e qualidade de vida”,afirma Francisco de Assis.

Ainda conforme o secretário os peixes recém-nascidos são das espécies Tilápia, Carpa e Curimatã, um aporte que chegará a 1 mil e 200 toneladas, atendendo 104 cidades e 215 açudes, sendo que a previsão até março é de alcançar 450 reservatórios de água no estado do Ceará.

“O governador Camilo Santana ao concluir o seu mandato terá investido 1 bilhão e 700 milhões de reais”, afirmou o secretário sobre o a injeção de recursos feita pelo governo do Estado na agricultura familiar. Dentro da política de assistência aos agricultores cearenses, os projetos São José 3, São José 4, Paulo Freire, Hora de Plantar e Peixamento são os que mais se destacam, conforme De Assis.

No que se refere aos programas de aquisição de alimento, o secretário pontua que a compra e distribuição de leite para as famílias é um dos principais. Ele afirma que apesar dos seis anos de seca, a previsão de diminuição do rebanho não se cumpriu: “Muito pelo contrário, nós tivemos o nosso rebanho ampliado, saímos de quarto para o segundo maior produtor de leite”, diz ele.

De Assis afirma que foram investidos R$ 123 milhões de reais no programa de leite, o qual atende 600 mil pessoas. Segundo ele, o CRAS do município identifica as famílias em vulnerabilidade social e viabilizar o envio do leite: “São 134 cidades, 1 mil e 837 produtores que vão diariamente entregar leite numa rede que nós constituímos”, destaca o secretário sobre o programa que atende à subsistência familiar.