O senador eleito Camilo Santana assumiu, nesta segunda-feira (2 de janeiro), o Ministério da Educação com a missão de levar para o Brasil as boas experiências que deram certo na área do ensino público do Ceará. Um dos projetos é a escola em tempo integral. Camilo desembarca em Brasília na companhia da ex-governadora Izolda Cela, que assume a Secretaria Executiva da Pasta, e pela ex-secretária da Fazenda do Estado, Fernanda Pacobahyba, que comandará o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Fernanda cumprirá um importante papel na relação com os Municípios, principalmente, nas questões ligadas à merenda escolar, ao transporte dos estudantes e à mobilização dos gestores para ampliação do número de escolas em tempo integral.

EQUIPE TÉCNICA COM DESFALQUE

Ao assumir o Ministério da Educação, Camilo destacou a montagem de uma equipe técnica competente, comprometida com o serviço público de qualidade e registrou, como homenagem e agradecimento, a contribuição que recebeu, ao longo dos seus quase oito anos de governo, do secretário da Casa Civil, jornalista Chagas Vieira.

Camilo, em tom de lamento, disse que fez o convite, mas, por questões de ordem pessoal, Chagas Vieira resiste a acompanhá-lo em Brasília. Chagas tem dito a interlocutores que precisa de ‘’alguns dias’’ com a família e para cuidar de uma agenda pessoal.

AGENDA COM GOVERNADORES E PREFEITOS

Quanto à agenda a ser cumprida, o Ministro Camilo Santana anunciou a construção, nos 100 primeiros dias do Governo Lula, de um pacto nacional pela alfabetização de crianças na idade certa. Camilo disse, ainda, que caberá ao presidente Lula a liderança de uma ampla mobilização para convocar os governadores e prefeitos na definição de uma ampla pauta de transformações no ensino público brasileiro.

“Para mim, isso precisa ser liderado pelo presidente Lula, de convocar os governadores, convocar os prefeitos’’, afirmou o Ministro da Educação, ao destacar que, entre as prioridades, estão o fortalecimento da educação em tempo integral, um amplo estudo para retomar obras paradas, a recuperação da qualidade da merenda escolar das escolas públicas, a recuperação da credibilidade do Enem para motivar maior participação, assim como a retomada do Fies e Prouni, mais investimentos nas áreas de ciência e tecnologia e o fortalecimento das universidades federais.

Durante o pronunciamento, Camilo Santana fez deferência a duas personalidades da educação pública brasileira: a professora Magda Soares, referência nos estudos de alfabetização e que morreu neste domingo (1º) aos 90 anos, e ao educador Paulo Freire, cuja filosofia sofreu duros ataques dos simpatizantes da política educacional do Governo Bolsonaro.