O prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves (PR), anda furioso com os articuladores políticos do Palácio da Abolição que o impuseram o isolamento e o esvaziamento da sua base na Assembleia Legislativa. O prefeito manifesta, entre interlocutores, indignação com o Governador Camilo Santana, mas decidiu ficar calado para se preservar na corrida pela reeleição em 2020.
Acilon assumiu o comado do PR no Ceará após, em 2018, ter saído das eleições, pelo Patriota, com três deputados estaduais – Bruno Gonçalves, o filho, Nizo Costa e Apóstolo Luiz Henrique; e um federal – Mano Júnior. Com a mudança para o PR, Acilon queria manter um grupo com, pelo menos, cinco deputados estaduais, e criar uma base mais sólida para se viabilizar candidato a Governador ou a Senador em 2022.
O projeto, construído de forma isolada, foi, porém, atropelado pelo Palácio da Abolição que tirou do grupo de Acilon os deputados estaduais Luiz Henrique, que se filiou ao PP, e Nizo Costa, que se transferiu para o PSB. “A fúria do Acilon pelo poder o levará a perder outros aliados“, confessou um integrante de base de apoio ao Governo do Estado na Assembleia Legislativa, sem declinar nomes, nem cidades onde atuam essas lideranças políticas.
Insatisfeito e irritado com as manobras políticas que o deixaram sozinho com o filho, Bruno, na Assembleia Legislativa, Acilon Gonçalves tenta espernear, mas chegou à conclusão de que, sem uma oposição forte ao Governo do Estado, que o possibilite um guarda-chuva de proteção, sentiu que é preferível ficar calado e garantir verbas e convênios com a administração Camilo Santana na caminhada para selar a reeleição em 2020.
Depois de perder os deputados estaduais Luiz Henrique e Nizo Costa, Acilon passou a se articular para ampliar a representação do PR na Assembleia Legislativa. Chegou a conversar com outros dois deputados estaduais. Os parlamentares, com as bênçãos do Governador Camilo Santana, estão, porém, a caminho do PSB.