REGISTROS DAS ATIVIDADES QUE OS INTERNOS DA CEPIS VASCO DAMASCENO WEYNE REALIZAM NO DIA A DIA, COMO: AULAS; ATIVIDADES DE CORTE E COSTURA E ENSACAMENTO DE PRODUTOS.

Da ocupação da mente ao aprendizado de um novo ofício, o trabalho é uma ferramenta eficaz para transformar vidas dentro do sistema penitenciário. A parceria entre empresas privadas e a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) é uma das formas de viabilizar um ofício aos internos do sistema penitenciário, beneficiando todos os envolvidos. Por isso, a Sacaria Novin decidiu somar forças a esse processo, sendo a terceira empresa a apostar na capacidade dos internos do Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis) e proporcionando o que é necessário para toda mudança positiva: oportunidade.

Ativa desde junho deste ano, a Sacaria iniciou suas atividades com 15 internos, e em pouco mais de um mês de operação já dobrou a quantidade de postos. A abertura do segundo galpão, neste mês de julho, ampliou para 30 o número de internos trabalhando para a empresa, levando a 60 o número de postos de trabalho dentro do Cepis. Na empresa, o ofício inclui separação e empacotamento de sacos de ráfia, de acordo com as marcas e tamanhos para que eles sigam para o mercado.

Condenado pela Justiça e recluso no Cepis há sete meses, Rafael Belarmino, de 32 anos, afirma ter encontrado oportunidade de mostrar à família que está diferente do adolescente rebelde que era quando foi parar no sistema prisional, há seis anos: “A experiência de ter um trabalho vai me ajudar, meu psicológico já tá mudando com o trabalho. Vou conseguir mostrar às pessoas outra coisa, diferente do que mostrei até agora. Perdi muito tempo da minha vida seguindo caminhos errados”. A remuneração do trabalho contribui com a criação de seus filhos. “A mãe dos meus filhos seguiu outro caminho e eles estão com a minha mãe. Tenho a certeza de que estão bem cuidados e que esse dinheiro pode ajudar”, afirma.

A coordenadora da Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso (Cispe), Cristiane Gadelha, destaca que empregar os internos é uma forma de prepará-los para o retorno à sociedade. “Se os internos têm essa disciplina, esse comprometimento ainda dentro da unidade prisional, certamente estarão mais preparados para vencer os preconceitos que existem aqui fora”, aposta.

Saiba mais

Para as empresas instaladas no sistema prisional, o único custo é o de instalação do material de trabalho, já que o espaço é disponibilizado pela unidade. Para os internos, os benefícios são a remuneração, que compreende 75% de um salário mínimo, conforme estabelece a Lei de Execução Penal, e a remição, que garante um dia a menos de pena a cada quatro dias trabalhados.

Com informação do Governo do Estado do Ceará